Transportes à pinha e demagogia

O pânico instalou-se de tal forma que a cerveja Corona teve quedas brutais. As pessoas tinham medo do nome.

A pandemia começou a Norte, mas com o magnífico trabalho do hospital São João, além de outros, os casos foram diminuindo e o foco foi descendo até à Grande Lisboa, com muitas infeções a surgirem na Azambuja e na Margem Sul, aqui em bairros degradados, onde as pessoas vivem em condições muito precárias. Se ao início do coronavírus os velhos eram o grupo mais preocupante, hoje são os trabalhadores que se deslocam em transportes públicos à pinha e que vivem em casas sem a mínima hipótese de confinamento que fazem disparar os alarmes.

Olhando para trás, começa a discutir-se se o estado de emergência não podia ter sido menos tempo e se justifica tantos receios numa boa parte da população, desde que sejam tomadas as devidas precauções. É que a economia não dá sinais de querer arrancar, a fome aumenta e os assaltos também.

Se não fossem os casos dos trabalhadores que se deslocam nos tais comboios lotados para a Azambuja e algumas ‘festas’ na Margem Sul, o país todo entraria na segunda-feira numa relativa normalidade, embora, acredito, muitas pessoas continuam com tanto medo que optariam por continuar em casa. No meio deste problema de Lisboa e Vale do Tejo, António Costa, que tem estado muito bem na condução do processo, começou a encontrar um inimigo que me parece completamente estapafúrdio: o emprego precário.

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