Governo reforça medidas para tentar reduzir contágios na região de Lisboa

A ministra da Saúde anunciou que, para controlar o contágio nesta região, o Governo está a tomar novas medidas de saúde pública.

A ministra da Saúde, Marta Temido, revelou, na conferência de imprensa deste sábado, que RT médio – número médio de casos secundários a que cada infetado dá origem – de 23 a 27 de maio é de 1,02 – uma média que variava entre 0,93 no Norte, 0,98 no Centro e 1,05 na região de Lisboa e Vale do Tejo. A ministra lembrou que este RT já esteve nos 2,33 em Portugal.

A governante destacou que, embora o número de novos casos registem uma "tendência decrescente" em quase todo o país, o mesmo não se verifica na região de Lisboa e Vale do Tejo, que "nos últimos dias representa 85% dos novos casos". Marta Temido diz que as principais preocupações se centram em Loures, Odivelas, Lisboa, Amadora e Sintra.

Desta forma, a ministra da Saúde anunciou que, para controlar o contágio, o Governo está a tomar medidas de saúde pública, tendo em conta as características dos novos casos detetados nestas zonas.

Algumas das medidas desta “estratégia de contenção”, serão o rastreio do novo coronavírus nas atividades em que se tem verificado maior incidência da doença, nomeadamente áreas ligadas à construção civil cadeias de abastecimento, transporte e distribuição, a testagem de todas as pessoas que as autoridades de saúde tenham determinado vigilância ativa por serem contactos destes profissionais, a identificação de locais alternativos para o confinamento domiciliário quando as habitações não tiverem condições e o acompanhamento clínico dos casos confirmados de covid-19 por profissionais de saúde para melhor a perceção do "contexto" destes doentes.

O Governo está também a trabalhar com as autarquias dos concelhos mais afetados da Grande Lisboa para que haja uma aposta na sensibilização para o uso das máscaras de proteção individual e a adequada higienização de espaços, mas sobretudo o "distanciamento físico”, disse ainda a governante, destacando que o trabalho "no terreno" é a aposta do Executivo.

Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, revelou que há cerca de 140 pessoas infetadas no setor da construção civil. Contudo, destaca que este é um número "provisório", que poderá aumentar na próxima semana.

"Se estiverem com sintomas ou doentes, por favor, não vão trabalhar. Procuraremos garantir alternativas a todos os níveis para que a ausência ao trabalho possa ser compensada", apelou a ministra da Saúde, que voltou a pedir "especial atenção" às medidas de segurança que a DGS tem recomendado.