Missas em restaurantes?

Houve um bendito cartaz da Direção Geral de Saúde que dava as instruções para se comungar. Era de chorar a rir, principalmente quando dizia que se tirasse a máscara, levasse a hóstia imediatamente à boca e se voltasse a meter a máscara novamente.

Pois é! Chegou a hora de recomeçarmos a vida comunitária das igrejas, mas agora com algumas regras. Este domingo, o do Pentecostes, abrimos as igrejas para as celebrações da eucaristia com a presença dos fiéis. Sim, porque nunca nas nossas paróquias deixou de haver missas diárias. Eu celebrei sempre.

Recentemente fui às compras! Um horror. Gastei quase cem euros para matar o bicho e não sei se servirá de alguma coisa. Sim, é verdade. Comprei o álcool gel para as entradas das igrejas, produto para limpeza e desinfeção dos espaços, máscaras, borrifadores e mais algumas coisas.

É verdade! Já comecei a limpar e a preparar as igrejas. Vai ser uma emoção à distância. Sim! Também já marquei os bancos para que haja um distanciamento forte entre os fiéis. Nada de contactos, nada.

Mas há coisas ridículas que não me vão ver a fazer. Há gente que está a ser mais papista do que o Papa, imaginem. Já vi, em alguns países, fotos de padres que dão a comunhão com luvas de latex. Não é que tenha alguma coisa contra o latex, mas a verdade é que já tenho o álcool gel e se desinfeto as mãos antes da comunhão para quê meter luvas? Ou será que o álcool gel não é eficaz?

Também já li notícias de padres que vão usar umas pinças para dar a comunhão. Que coisa mais estranha! Então, mas irão os padres desinfetar a pinça a cada comunhão que irão dar ou será que vão usar uma pinça por cada comunhão?

A nossa criatividade vai conseguir fazer com que se façam das coisas mais ridículas à face da terra. Tudo, claro, para bem da humanidade e para morte do maldito vírus.

Há uma coisa que a minha avozinha tinha e que penso que nos falta muito a todos nós: o bom senso. Sim, é verdade. O que nos falta a todos nós é bom senso. Não há leis que valham a quem não tem bom senso.

Voltar à celebração das missas com máscara, com desinfeção das mãos, ficando a distância razoável entre cada fiel, é o que basta para podermos rezar e encontrar-nos com Deus com os outros.

Houve um bendito cartaz da Direção Geral de Saúde que dava as instruções para se comungar. Era de chorar a rir, principalmente quando dizia que se tirasse a máscara, levasse a hóstia imediatamente à boca e se voltasse a meter a máscara novamente.

Comecei a imaginar o que teremos de fazer, por exemplo, quando vamos a um restaurante. Das duas uma, ou não comemos ou não respeitamos as regras. Sim, porque tal como as igrejas, também os restaurantes são lugares fechados (a não ser que sejam nas esplanadas). Tal como as igrejas, também nos restaurantes as pessoas se sentam ao lado umas das outras. Tal como nas igrejas, também nos restaurantes temos de levar alguma coisa à boca.

Acontece que se os restaurantes tivessem de cumprir as regras que irão estar em vigor nas igrejas, ninguém poderia comer. Sim. Imaginem! Vai um grupo de amigos – que não costuma coabitar – de oito pessoas e terem de se sentar a dois metros de distância uns dos outros. Depois, cada vez que levam uma grafada à boca terem de voltar a meter a máscara!

Pois é, na quarta-feira fui com mais seis amigos comer a um restaurante e fiquei admiradíssimo. Sim, tudo aquilo que estou a fazer na minha igreja não é cumprido num restaurante. Ficámos todos na mesma mesa, não tivemos de usar máscara e não precisámos de desinfetar as mãos.

Posto isto, realmente, é mesmo caso para dizer que será melhor irmos celebrar as missas para os restaurantes das nossas paróquias.