TAP reúne com entidades do Norte para discutir plano de rotas

Recorde-se que o plano de retoma de voos de e para o Porto em junho e julho – que incluía apenas três novas rotas até 31 de julho (Paris, Luxemburgo e Madeira) –, anunciado pela companhia aérea nacional, levantou uma onda de protestos de vários autarcas e entidades do Norte do país, a que se…

O conselho de administração da TAP informou, esta quarta-feira, que “reuniu com várias entidades representativas do Porto e do Norte do país”, para discutir o novo plano de voos para o aeroporto Francisco Sá Carneiro, para junho e julho. Em comunicado, a companhia aérea refere que “está empenhada em recuperar tão rapidamente quanto possível, e de forma sustentável, a proporcionalidade da sua oferta no aeroporto Francisco Sá Carneiro”.

Recorde-se que o plano de retoma de voos de e para o Porto em junho e julho – que incluía apenas três novas rotas até 31 de julho (Paris, Luxemburgo e Madeira) –, anunciado pela companhia aérea nacional, levantou uma onda de protestos de vários autarcas e entidades do Norte do país, a que se juntaram também Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Rui Rio.

A onda de críticas ao plano de voos de junho e julho levou o conselho de administração da TAP, presidido por Miguel Frasquilho – representante do Estado na companhia aérea -, a marcar posição em relação às opções da comissão executiva, liderada por Antonoaldo Neves. 

Em comunicado, o conselho de administração garantiu que «a companhia está empenhada e vai de imediato colaborar com todos os agentes económicos, nomeadamente associações empresariais e entidades regionais de turismo, para viabilizar o maior número de oportunidades, adicionar e ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma por forma a procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera».

Este posicionamento vem confirmar a informação avançada pelo SOL, na edição de 17 de maio, onde se indicava que o Governo apenas começou a negociar a injeção de dinheiro na TAP – para enfrentar a crise causada pela pandemia de covid-19 – na condição irrevogável de os representantes do Estado que integram o conselho de administração passarem a ter uma participação direta na validação das decisões da comissão executiva da empresa.

Esta foi, aliás, a condição irrevogável para que o grupo de trabalho encabeçado por João Nuno Mendes, nomeado pelo Executivo de António Costa, se sentasse à mesa das negociações, mesmo antes de alcançado qualquer acordo. E uma exigência que vem ao encontro da opinião do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos (também membro do grupo de trabalho), que, no Parlamento, já havia adiantado que "qualquer intervenção do estado soberano na TAP implicará que o Estado português, através do Governo, acompanhe todas as decisões que serão tomadas nos próximos tempos com impacto relevante na vida e no futuro da empresa".

Na nota, ontem divulgada, a TAP indica ainda que “irá continuar este processo de diálogo com todas as regiões portuguesas” sobre o novo plano de voos da companhia aérea.