Testes serológicos não são úteis para diagnósticos de covid-19

OMS levantou suspensão dos ensaios clínicos com hidroxocloroquina, mas a orientação da DGS para que não seja usada para a covid-19 em Portugal mantém-se, esclareceu Graça Freitas. O responsável do INA deixou alertas sobre os testes serológicos.

Testes serológicos não são úteis para diagnósticos de covid-19

A Direção-Geral da Saúde e o Infarmed "estão novamente a acompanhar" os desenvolvimentos em relação ao fármaco hidroxicloroquina, mas para já a recomendação da não utilização em doentes covid-19 mantém-se

“Há dois grandes ensaios clínicos em curso, que acompanhamos. Relativamente à utilização, a DGS e o Infarmed estão a acompanhar a situação e vamos ser cautelosos, não recomendando a utilização em Portugal para efeitos de covid-19”, explicou Graça Freitas, no briefing das autoridades de saúde, esta quinta-feira. "Vamos continuar a ser cautelosos", acrescentou.

Os testes serológicos voltaram também a ser tema da conferência, que hoje contou com a presença de Fernando Almeida, presidente do INSA (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge), que fez questão de sublinhar que não se trata de diagnosticar a doença.

“Fazer um teste serológico, se é a deteção de anticorpos, não é um teste usado para diagnóstico”, afirmou o responsável, deixando a ressalva de que esta análise “não confere a garantia de imunidade nem de que não são transmissoras ou portadoras".

Fernando Almeida alertou ainda para os chamados falsos negativos, que acabam por dar uma sensação de segurança que não é real. Sublinhou também que os falsos positivos são menos comuns.

“Há dificuldade em perceber a fiabilidade destes testes. Há uma forte componente de falsos negativos. O que nos preocupa são os falsos negativos, não é o excesso de positivos, que podem ou não ser confirmados. Se for para avaliar imunidade, são bem-vindos. Se for para diagnostico, não”.

O secretário de Estado da Saúde revelou que 50% dos testes realizados no país foram levados a cabo na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), área que atualmente levanta maior preocupação junto das autoridades de saúde. Na região Norte foram registados 28% dos testes, 14% no Centro; 4% no Alentejo e 2% no Algarve.

Sobre a possibilidade de serem retomadas visitas a doentes internados, Graça Freitas mantém o tom de cautela: “Vamos esperar mais uns dias para ver como evolui a situação em Lisboa e ver que efeitos terá no resto do país. Vai ser um processo sequencial