Praias. Concessionários já esperam para abrir e falam em “ano perdido”

As despesas com a assistência de praia preocupam, bem como a falta de nadadores-salvadores.

Os concessionários de praia já se sentem devidamente preparados para abrir, mas sempre com precaução e respeito pelas medidas de segurança necessárias. E, a juntar ao facto de considerarem que este é “um ano perdido” em termos financeiros, as preocupações em relação às despesas com a assistência de praia também são evidentes, fazendo com que alguns estabelecimentos nem sequer abram no norte do país.

“Isto é a nossa vida. Estamos preparados para abrir e é evidente que com os distanciamentos que são necessários, mas em termos de negócio estamos com menos capacidade. É um ano atípico em termos de negócio e um ano muito negativo para todos os concessionários. Há muita gente que ainda está a preparar os apoios para abrir, está tudo muito atrasado. Há também uma grande percentagem de concessionários que não vão abrir, mas mais no norte”, começou por dizer à Lusa o presidente da Federação Portuguesa dos Concessionários de Praia, João Carreira, que adiantou ainda que, em termos de contratações, os números não serão os mesmos. “Vai haver menos contratação”, assegurou. 

Além disso, João Carreira salientou ainda a falta de nadadores-salvadores nas praias, o que também influencia em termos monetários. “É um acréscimo gigante”, sublinhou, adiantando que “se não houver ajudas por parte das autarquias, porque há muitas que estão a ajudar pelo país fora, há concessionários que preferem estar fechados”. “Não conseguem fazer face às despesas que vão ter com os custos de assistência à praia”, remata.

A Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores revelou ontem, por seu turno, estratégias para contornar a pandemia de covid-19 nas praias na altura do salvamento. De acordo com o presidente da federação, Alexandre Tadeia, em causa estão questões técnicas. “O nadador-salvador deve tentar salvar sem entrar na água, utilizando equipamentos. Se tiverem mesmo que entrar na água por força da situação, devem utilizar um equipamento que os mantenha à distância, como uma boia torpedo ou um cinto de salvamento, que têm um cabo de dois metros e permite ficar a, pelo menos, dois metros do náufrago”, indicou à mesma agência, referindo também que, se for necessário, deve adotar-se o náufrago pelas costas e nunca pela frente. 

“Enquanto o primeiro nadador está a fazer o salvamento, o segundo, que está fora de água, deve equipar-se com os equipamentos de proteção individual (luvas, máscara e viseira) e depois é ele que fará o transporte da pessoa sempre pelas costas e fará cá fora o resto do socorro”, sublinhou. 

No entanto, Alexandre Tadeia explicou que as recomendações internacionais para os nadadores-salvadores ainda não foram anunciadas e que estas são só para Portugal. “Fizemos sair uma medida de prevenção nacional”, avançou.