Quase silenciosamente, muita coisa mudou na política portuguesa nos últimos quatro anos.
Qual era então o panorama?
A esquerda formava um bloco relativamente unido, chamado ‘geringonça’, constituído pelo PS, PCP e BE, liderado por António Costa; a direita formava outro bloco, mas muito menos unido, integrando os partidos da coligação vencedora em 2015 mas que não tinham conseguido formar Governo – o PSD e o CDS.
Enquanto Catarina Martins e Jerónimo de Sousa eram uma espécie de guarda-costas de António Costa, defendendo-o em alturas críticas, Passos Coelho e Assunção Cristas competiam entre si pela chefia da oposição.
A líder do CDS apresentava-se mesmo como candidata no futuro a primeira-ministra.
E Passos Coelho, embora liderasse o maior partido do Parlamento, não atinava com o tom certo para fazer oposição ao primeiro-ministro.
Tendo ocupado o cargo durante quatro anos, não se mostrava capaz de dar a volta e passar, de um momento para o outro, de chefe do Governo a chefe da oposição.
Tendo adotado no poder uma pose de Estado, não conseguia desfazer-se dela.
Ao mesmo tempo, a esquerda elegeu-o como alvo principal dos seus ataques, transformando-o no bode expiatório de tudo o que corria mal.
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