Proprietários de espaços noturnos vão protestar pela reabertura

O setor noturno está paralizado há meses, algo que “em cadeia, poderá levar ao encerramento de muitos restaurantes”, avisa dirigente.

Sem cartazes ou palavras de ordem, a Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP) e o Grupo de Bares e Comerciantes da Misericórdia, Lisboa, vão mobilizar-se em protesto, perante a Câmara Municipal do Porto e a Assembleia da República, exigindo resposta para o setor da noite, encerrado há mais de três meses.  

O objetivo da mobilização é “mostrar que o encerramento deste setor da animação, dos bares e das discotecas, em cadeia, poderá levar até ao encerramento de muitos restaurantes”, explica ao i António Fonseca, que presidente a ABZHP e da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto. “Como sabe, há muita gente que vai aos restaurantes para depois ir à discoteca”, recorda. Já Andreia Meireles, porta-voz Grupo de Bares e Comerciantes da Misericórdia, exige o fim da disparidade entre bares e restaurantes. “O meu bar até é maior que muitos restaurantes”, salienta Meireles, dona de um estabelecimento no Bairro Alto. “Estão aqui a marginalizar a questão do álcool, que as pessoas bebem álcool… E o vírus tem relógio, aparece às 11 da noite?”.

Tanto a ABZHP como o Grupo de Bares e Comerciantes da Misericórdia pedem a reabertura de estabelecimentos noturnos, a partir da 11 horas da noite, garantindo que há capacidade para manter algum isolamento social e manter condições de higienização. “Nós fomos os primeiros a ter essa preocupação”, assegura Fonseca, acrescentando que “a higienização acontece se houver uma fiscalização eficaz”.

Mesmo assim, caso não consigam obter a abertura de estabelecimentos noturnos num futuro próximo, o dirigente da ABZHP está aberto a discutir algumas medidas intermédias. “Ok, imagine que bares e discotecas com pista de dança não abrem. Todos os encargos permanentes que tinham à data do encerramento, até à data da reabertura, o Estado assume”, exemplifica. Já Andreia Meireles tem dúvidas. “Se os apoios a fundo perdido forem como os outros apoios que não chegaram a todos, ficamos na mesma”, refere. 

Com os bares e discotecas fechados, têm-se sucedido as festas ilegais, além de que muitos jovens optam por beber na rua, o chamado botellón.