DGS espera reabertura “ordeira” e ainda “com mais cuidados” dos centros comerciais em Lisboa

Diretora-geral da Saúde destaca que “centros já reabriram noutros locais do país” e não houve “notas de distúrbios nem de ajuntamentos anormais, nem de comportamento não cívico por parte das pessoas”.

Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região que inspira mais preocupação devido à covid-19. De acordo com o boletim deste sábado, 206 dos 227 novos casos (91%) foram diagnosticados naquela região. No entanto, esta segunda-feira, os centros comerciais da Grande Lisboa voltam a reabrir à semelhança do resto do país. Questionada sobre um eventual impacto desta reabertura, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, disse que as autoridades esperam que a população mantenha as mesmas medidas de segurança adotadas pelo resto do país.

“Tenho a referir que estes centros já se abriram em outros locais do país e não tivemos nota de ajuntamentos anormais e comportamento não cívico das pessoas. Nada se faz esperar que esta abertura em Lisboa não se verifique de forma ordeira. O espaço comercial tem regras que têm de ser cumpridas e funcionários que podem ajudar os clientes a cumprirem essas regras. Não se perspetiva que o comportamento da população de Lisboa seja diferente. Pelo contrário, espera-se que tenha mais cuidado", disse Graça Freiras, durante a conferência de imprensa das autoridades de Saúde deste domingo.

Confrontada com o facto de alguns países não registarem qualquer óbito por covid-19 há vários dias, como é o caso de Espanha, a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS), relembra que a atividade epidemiológica começou a ser monitorizada mais tarde em Portugal, mas garante que o país está a registar o mesmo abrandamento.

“Em relação a Espanha, começámos a atividade epidémica mais tarde e estes óbitos refletem infeções que ocorreram há bastantes dias. Portanto, o que estamos a ver agora é um abrandamento que reflete infeções de dias passados. Vamos esperar alguns dias para ver como a situação de Vale do Tejo se reflete na mortalidade. Apesar de a maior parte dos casos serem de pessoas jovens, temos alguns casos de lares com infetados e estas pessoas mais idosas podem originar óbitos", explicou Graça Freitas.

No mesmo dia em que o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse que devíamos priorizar o uso de máscaras reutilizáveis e lembrou que quem usa máscaras descartáveis as deve colocar no lixo comum, a diretora-geral da Saúde reiterou que as máscaras descartáveis devem ser tratadas como lixo doméstico.

 “A DGS recomenda a utilização comunitária de máscara de dois tipos. Podem usar as ditas comunitárias que, mesmo em Portugal, têm regras para o seu fabrico ou licenciamento. Podem usar também as máscaras cirúrgicas, descartáveis, que têm um certo perfil de filtração. Independentemente de usarem as descartáveis ou não, há que cumprir as regras de proteção do ambiente. Deve ser tratada como lixo doméstico e não deve obviamente ser abandonada na via pública", disse Graça Freitas.

Ainda na conferência de imprensa deste domingo, o secretário de Estado da Saúde, António Sales, realçou que hoje “foram mais os casos de pessoas que se curaram do que novas infeções o que é sempre um sinal de esperança”.

Segundo o governante, das pessoas que ainda têm infeção ativa, 96,6% estão a ser tratadas em casa.

Quantos aos lares de idosos, António Sales disse que “as notícias são também positivas”. “Temos casos em 246 estruturas, menos de 10% do universo de lares no nosso país”, rematou.