Prova do inverno. Convergência da gripe e covid-19 preocupa Governo

Ministra explica que o Governo está a trabalhar para garantir capacidade de resposta por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma preocupação que aumenta no inverno.

O número de óbitos associados à covid-19 em Portugal subiu, esta segunda-feira, para 1.520, depois de terem sido registadas mais três mortes. No início da habitual conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Marta Temido, destacou que a média de óbitos devido ao novo coronavírus tem vindo a cair no país.

Segundo a governante, a média de óbitos na semana passada foi de 5,4 – um número inferior às semanas anteriores, quando foi registada média de 10 óbitos e de 12.

Na mesma conferência de imprensa, a governante admitiu que a convergência da gripe e da covid-19 preocupa o Governo.

Marta Temido começou por indicar que com o desconfinamento, há um “risco de ressurgimento da doença e uma ligeira subida de transmissão”, tal como ocorreu noutros países. Desta forma, é preciso garantir que se protegem os mais frágeis e evitamos mais óbitos e garantir capacidade de resposta por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma preocupação que aumenta no Inverno.

“Estamos a trabalhar, não só com os ventiladores que chegaram, mas também com o reforço de camas nos cuidados intensivos”, disse, admitindo que no Inverno a gripe e a covid-19 poderão convergir, se não aparecer nenhuma vacina.

“É a prova do inverno, onde vão confluir a gripe e a covid-19, se não houver uma vacina antes”, frisou a ministra da Saúde. 

Marta Temido apelou ainda que se continuem a cumprir todas as regras para evitar o contágio e disse que os comportamentos da população, tanto nas empresas, como nos locais públicos, devem continuar a ser vigiados.

“Até que tenhamos ou vacina ou tratamento eficaz no combate a covid-19 teremos que manter a fazer as nossas vidas com um conjunto de regras específicas”, disse a governante, apelando a que as pessoas usem máscara e higienizem as mãos.

Questionada quanto a uma possível regressão das medidas de desconfinamento já implementadas, a ministra não descarta a hipótese.

“Se durante vários dias o RT se mantiver acima de 1, se o número de óbitos voltar ao que tivemos no passado e se os serviços hospitalares e cuidados de saúde primários tiverem uma maior procura, podemos pensar em medidas de maior confinamento ou de aperto em determinadas áreas", admitiu, dizendo, no entanto, que “não vale a pena aplicar medidas generalistas” porque os focos são “muito específicos”. 

Sobre a situação dos lares, a governante garante estar a acompanhar os casos com “atenção” e revelou que neste momento, há dois novos casos que despoletam maior preocupação: um no Norte e outro no Centro.

Tendo em conta a fragilidade destas pessoas, Marta Temido diz que as autoridades e Saúde estão a acompanhar de perto a situação e que “nos lares onde são detetados casos, a suspensão de visitas é retomada no momento em que é detetado o caso”.