China trava importações de salmão da Europa e relaciona peixe com transmissão de covid-19 em mercado de Pequim

As autoridades de saúde chinesas admitem que os casos provenientes deste mercado podem originar uma segunda vaga da covid-19 no país. Especialistas dizem que é improvável.

A China parou, esta segunda-feira, todas as importações de salmão vindas da Europa. O Governo chinês teme que o peixe possa estar relacionado com o surto detetado num mercado de Pequim e, por isso, travou as importações.

Nos últimos quatro dias, Pequim registou 79 casos de covid-19 e, de acordo com a imprensa estatal, o vírus terá sido detetado nas superfícies onde o salmão é tratado no mercado. As autoridades de saúde chinesas admitem que os casos provenientes deste mercado podem mesmo originar uma segunda vaga do vírus no país.

Contudo, especialistas já vieram esclarecer que é improvável que o salmão em si possa transmitir o novo coronavírus. Keith Neal, professor emérito de epidemiologia da Universidade de Nottingham, disse, em entrevista à Reuters, que é errado presumir que seja o salmão o culpado pela transmissão do vírus. “Os mercados são locais abarrotados e, como em Wuhan, podem ajudar a acelerar o contágio”, defendeu.

O mesmo foi defendido pela Autoridade de Segurança Alimentar da Noruega, o país mais afetado pela decisão.

No entanto, já depois desta posição, as ações das empresas de venda de salmão do país caíram, esta segunda-feira, entre 3% a 5%.