DGS confirma mais de 30 casos de covid-19 relacionados com festa ilegal em Lagos

Graça Freitas diz que lares de idosos continuam a ser “foco de preocupação” das autoridades. Surtos em Alcobaça e Cinfães e no IPO de Lisboa. Presidente do Infarmed fala sobre dexametasona, que tem provado ser uma ajuda nos doentes infetados que necessitam do apoio de ventiladores.

DGS confirma mais de 30 casos de covid-19 relacionados com festa ilegal em Lagos

A directora-geral da Saúde confirmou que são já mais d3 30 os casos de infeção confirmados com origem na festa ilegal em Lagos.

A informação foi avançada, esta quarta-feira, por Graça Freitas durante o briefing das autoridades de saúde, onde também esteve o secretário de Estado da Saúde, António Sales, e o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo.

Ainda sobre o surto no Algarve, Graça Freitas adiantou que estão a ser identificados os locais de residência dos convidados da festa, uma vez que são "de vários sítios", ou seja as potenciais infeções podem estar "disseminadas por várias regiões e concelhos do Algarve".

A esse propósito, a responsável pediu que se tenha "muito cuidado com este tipo de manifestações", porque envolvem contacto físico muito próximo. 

A conferência de imprensa ficou também marcada pela confirmação de um foco no IPO de Lisboa, que mais tarde enviou um comunicado onde revelava que oito profissionais de saúde e 12 doentes tinham acusado positivo para o coronavírus.

A responsável afirmou ainda que "os lares continuam a ser um foco de preocupação e de grande atenção", tendo sido abordadas várias situações, como em Cinfães e Alcobaça.

Num lar em Cinfães, distrito de Viseu, há, "segundo a Administração Regional de Saúde do Norte, 11 idosos e 14 profissionais positivos".

Já no lar de Aljubarrota, em Alcobaça, há pelo menos 39 pessoas infetadas. O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, indicou que há "29 utentes, em 35, e dez funcionários positivos".

"Há outros lares, com situação controlado mas que estão a ser acompanhados, com menos dimensão do que estes", acrescentou, por sua vez, Graça Freitas.

A responsável, apesar de louvar a campanha de realização de rastreios nestes locais, fez questão de lembrar que "o teste não é uma vacina", e há que apostar muito na “prevenção, prevenção, prevenção" e na adoção de determinadas regras, pois "as pessoas idosas estão circunscritas num ambiente fechado e, obviamente, se são infetadas é porque alguém do exterior traz essa infeção".

O medicamento dexametasona, que deu provas de ser eficaz no combate ao agravamento da doença, foi outro dos temas do briefing.

Segundo o presidente do Infarmed, trata-se de um medicamento que é utilizado desde os anos 60 e que não se dirige especificamente à covid-19.

Mostrou-se satisfeito com as conclusões dos estudos sobre a eficácia da substância nos doentes que necessitem de ventiladores. "Parece que podemos concluir que há um efeito positivo na redução da mortalidade. O medicamento é utilizado não só para doentes com covid-19", afirmou.

No entanto, pediu também alguma prudência.