A directora-geral da Saúde confirmou que são já mais d3 30 os casos de infeção confirmados com origem na festa ilegal em Lagos.
A informação foi avançada, esta quarta-feira, por Graça Freitas durante o briefing das autoridades de saúde, onde também esteve o secretário de Estado da Saúde, António Sales, e o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo.
Ainda sobre o surto no Algarve, Graça Freitas adiantou que estão a ser identificados os locais de residência dos convidados da festa, uma vez que são "de vários sítios", ou seja as potenciais infeções podem estar "disseminadas por várias regiões e concelhos do Algarve".
A esse propósito, a responsável pediu que se tenha "muito cuidado com este tipo de manifestações", porque envolvem contacto físico muito próximo.
A conferência de imprensa ficou também marcada pela confirmação de um foco no IPO de Lisboa, que mais tarde enviou um comunicado onde revelava que oito profissionais de saúde e 12 doentes tinham acusado positivo para o coronavírus.
A responsável afirmou ainda que "os lares continuam a ser um foco de preocupação e de grande atenção", tendo sido abordadas várias situações, como em Cinfães e Alcobaça.
Num lar em Cinfães, distrito de Viseu, há, "segundo a Administração Regional de Saúde do Norte, 11 idosos e 14 profissionais positivos".
Já no lar de Aljubarrota, em Alcobaça, há pelo menos 39 pessoas infetadas. O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, indicou que há "29 utentes, em 35, e dez funcionários positivos".
"Há outros lares, com situação controlado mas que estão a ser acompanhados, com menos dimensão do que estes", acrescentou, por sua vez, Graça Freitas.
A responsável, apesar de louvar a campanha de realização de rastreios nestes locais, fez questão de lembrar que "o teste não é uma vacina", e há que apostar muito na “prevenção, prevenção, prevenção" e na adoção de determinadas regras, pois "as pessoas idosas estão circunscritas num ambiente fechado e, obviamente, se são infetadas é porque alguém do exterior traz essa infeção".
O medicamento dexametasona, que deu provas de ser eficaz no combate ao agravamento da doença, foi outro dos temas do briefing.
Segundo o presidente do Infarmed, trata-se de um medicamento que é utilizado desde os anos 60 e que não se dirige especificamente à covid-19.
Mostrou-se satisfeito com as conclusões dos estudos sobre a eficácia da substância nos doentes que necessitem de ventiladores. "Parece que podemos concluir que há um efeito positivo na redução da mortalidade. O medicamento é utilizado não só para doentes com covid-19", afirmou.
No entanto, pediu também alguma prudência.