A imunidade das camisolas irlandesas

E Lisboa tem o ‘privilégio’ de ser a cidade anfitriã destes dois grandes eventos. E digo ‘privilégio’ a avaliar pelas manifestações de gáudio da generalidade das autoridades nacionais.

Se há lição que esta pandemia nos deveria ter ensinado é que os megaeventos que juntam milhares de pessoas oriundas dos quatro cantos da Europa ou do mundo deveriam passar a ser evitados o mais possível, seja por causa dos riscos inerentes ao novo coronavírus, seja por causa de outros vírus quaisquer, que a comunidade científica é unânime na afirmação de que temos de aprender a lidar com novos surtos como o da covid-19 porque vão ser mais frequentes no futuro próximo. São custos da globalização.

Ora, nesta semana em que Lisboa (a Grande Lisboa) voltou a ser das regiões da Europa em que se registaram mais novos casos de infeção pelo coronavírus, justificando a apreensão das autoridades da Saúde (nomeadamente com o surto registado no Instituto Português de Oncologia – felizmente sem as consequências gravíssimas que poderia ter tido), ficámos a saber que Portugal – ou melhor, Lisboa – acolherá dois dos principais eventos internacionais dos próximos tempos: a fase final da liga dos Campeões Europeus e a Web Summit (e por enquanto não se conhecem outros).

A primeira anunciada com pompa e circunstância pela UEFA e pelo primeiro-ministro com o integral apoio do Presidente da República. A segunda pelo seu promotor, o irlandês Paddy Cosgrove. Cronologicamente, foi ao contrário (Cosgrove, sempre esperto, antecipou-se) mas a calendarização da fase final da Champions para agosto torna este no primeiro grande evento da agenda internacional pós-confinamento.

E Lisboa tem o ‘privilégio’ de ser a cidade anfitriã destes dois grandes eventos. E digo ‘privilégio’ a avaliar pelas manifestações de gáudio da generalidade das autoridades nacionais.

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