Os profanadores de estátuas

É certo que dois negros foram recentemente mortos pela Polícia; mas não é menos certo que a Policia americana já matou também este ano 172 brancos (contra 88 negros).

O mundo está muito perigoso. As movimentações antirracistas e os atos de violência que desencadeiam, como a profanação de estátuas, merecem uma análise atenta.

Estas ações têm tido lugar exclusivamente no Ocidente – na Europa e nos Estados Unidos.

Mas na Rússia e nos seus antigos satélites não haverá discriminação racial?

Na África negra não há racismo dos mulatos em relação aos negros e destes em relação aos brancos?

Nos países asiáticos não há racismo em relação aos europeus e a outras etnias?

Nos países árabes não há violência sobre os cristãos?

Que país ou região do mundo poderemos apontar onde não haja qualquer espécie de racismo?

Direi até que a Europa e os Estados Unidos são ainda dos lugares do planeta onde há menos racismo e xenofobia –  e para eles acorre gente de todas as etnias: negros, amarelos, mestiços, etc.

Portugal tem um primeiro-ministro de ascendência goesa bem vincada, e isso nunca levantou qualquer problema.

Os EUA tiveram um Presidente negro que nunca foi molestado.

É certo que dois negros foram recentemente mortos pela Polícia; mas não é menos certo que a Policia americana já matou também este ano 172 brancos (contra 88 negros).

O racismo e a xenofobia têm que ver com a reação ao que é diferente – e nessa medida existirá sempre.

As pessoas das aldeias não gostam que lá se vão instalar comunidades de gente urbana, com outros usos, hábitos e costumes.

Os povos primitivos eram intolerantes com os intrusos.

E foi o avanço da civilização que moderou comportamentos, atenuou a rejeição, pregou a tolerância em relação ao ‘estrangeiro’.

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