DGS, virá finalmente o pulso forte que faltava?

A razão por que agora os responsáveis dos países da Europa estão a ser, porventura, excessivos connosco é precisamente por se sentirem enganados nos elogios que nos fizeram. É humano.

António Costa é um ás na resistência (meritória se for qb e não houvesse mortos) a segurar e não ferir quem  aceitou trabalhar com ele. Atitude que outros veem como fretes que lhe fazem, pelo menos por pensarem  que ele lhos pede. Como o caso das justificações criminosas para branquear a inexistência de  máscaras – que a DGS teve meses para promover as encomendas ou o fabrico. Agora Portugal até exporta máscaras!

E António Costa lá foi tentando emendar as falhas, omissões e falta de capacidade de comando recorrentes da Senhora  DRS e a seguir da ministra. Para não dizer pior. 

Na verdade, com excepção dos lambe-botas e idiotas que se julgam úteis do costume, toda a gente deve ter percebido que a Senhora no comando seria a derrota inexorável. O fraco rei faz fraca a forte gente. 

Agora António Costa explodiu, disse a Visão. Finalmente, digo eu, que não sou primeiro-ministro e sou (como se diz agora)  um hiperactivo  inconformado. E quero lá saber da auto-estima que não merece que a estimem. 

"As fontes ouvidas pela VISÃO (26/6) asseguram que o líder socialista, “visivelmente aborrecido”, pôs-se de pé e quis “deixar claro” que, se algo falhar, a culpa não será sua, uma vez que “a falta de clareza” dos dados que lhe têm chegado e o boom de casos em Lisboa e Vale do Tejo estão a impedi-lo de fazer o juízo adequado sobre as medidas a tomar.”

E o pior é que o que os dados que lhe passam vão sempre embrulhados em interpretações facilitistas, julgadas convenientes para garantirem o posto, contando-lhe a realidade como se gostaria que ela fosse.

“Ainda que não tenha feito um ataque declarado à Direção-Geral da Saúde (DGS) ou a Graça Freitas em específico, o remoque às autoridades sanitárias foi evidente para quem se sentou naquela sala. (…)  “A retórica de que está tudo bem acabou”, atira um responsável político. 

Marta Temido ouviu em silêncio a reação à espera do primeiro-ministro, que terminou dirigindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa: “Senhor Presidente, voltamos a reunir-nos daqui a 15 dias…” E abandonou o auditório. O Chefe do Estado, incrédulo, encerrou o encontro (que já ia bastante demorado) e apressou-se a sair para as habituais declarações à comunicação social”. 

Saiu para repetir a retórica? Receio.

Com um pulso (ou pulsa) forte e esclarecido na DGS, que tarda e espero chegue agora, ver-se-á que o combate terá êxito. Uma voz que não minta e inspire confiança, que se acredite nas más e boas notícias que dá, que fale alto a todos  nós. Curiosamente, como ontem na televisão, sábio e tranquilo, o meu Amigo Eduardo Marçal Grilo pareceu pedir.

Penso que António Costa confiava nos dados que as Senhoras lhe davam porque as coisas foram correndo bem… NATURALMENTE, ainda não se descobriu porquê. Foi o tal fenómeno português de que se falava na Europa e que na verdade as acções promovidas e recomendadas ou aceites pela DGS não explicavam, como por cá bem se sabia. Eu até costumava dizer que era mais uma vez a protecção especial de Nossa Senhora de Fátima. E em Março, a DGS começou imperdoavelmente tarde agir, isto é, a reagir foi o PM que o terá decidido, pois o ar das Senhoras foi o de continuarem no melhor dos mundos.

E a razão por que agora os responsáveis dos países da Europa estão a ser, porventura, excessivos connosco é precisamente por se sentirem enganados nos elogios que nos fizeram. É humano.   

Fora com a irresponsabilidade, a fraqueza, a displicência, a mentira que matam! Numa situação destas, quem não está à altura assume e sai.