Democratas aprovam lei George Floyd

O projeto lei que tem como objetivo a reforma da polícia norte-americana foi aprovado pela com 236 votos e 181 contra. O nome da lei será uma homenagem a George Floyd.

Depois de a lei ter sido inicialmente bloqueada, agora, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos da América, controlada pelos democratas, aprovou uma reforma da polícia, em resposta ao homicídio de George Floyd e aos protestos que abalaram o país.

O projeto de lei, aprovado na quinta-feira com 236 votos a favor e 181 contra, recebeu o nome de George Floyd, o afro-americano assassinado por um polícia branco que o sufocou com um joelho durante quase 10 minutos, no final de maio, uma morte que provocou protestos em todo o país.

Entre as múltiplas propostas que o projeto de lei está a proibição da asfixia como técnica policial, a eliminação da impunidade dos agentes, tornando mais fácil levá-los a julgamento, e a criação de uma base de dados nacional sobre abusos policiais.

«Há exatamente um mês, George Floyd proferiu as suas últimas palavras: ‘Não consigo respirar’, mudando o curso da história. A Câmara dos Representantes honra hoje [quinta-feira] a sua vida e a vida de todos aqueles que foram mortos pela brutalidade policia», disse a líder democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

Contudo, a oposição dos republicanos ao diploma (apenas três votaram a favor) dificulta a aprovação da medida no senado, onde os republicanos têm a maioria, sem a qual não pode tornar-se lei.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e os congressistas republicanos criticaram o projeto, considerando que «enfraquece a polícia».

A proposta foi feita por Sheila Jackson Lee, congressista democrata afro-americana, de forma  a honrar a memória de Floyd. «Vou apresentar uma lei revolucionária, que fala de uma nova cultura para a polícia, policiamento, recrutamento, pela ‘desescalada’ [da violência], acreditação e para garantir que a polícia está como devia estar, para proteger e servir», disse a política durante um protesto, no início do mês, em Houston, no Texas, cidade onde George Floyd foi criado.
«Vamos honrar [a memória], por isso vou agarrar o desafio de nomear um projeto de lei no Congresso dos Estados Unidos com o nome de George Floyd, para que a sua memória nunca seja esquecida», disse a representante do Texas.

George Floyd, de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens, sucederam-se protestos contra a violência policial e o racismo em centenas de cidades norte-americanas que culminaram, apenas na primeira semana, em mais de 10 mil detenções e um número incerto de fatalidedes.