Medina culpa “más chefias’ pela situação na Grande Lisboa

“Com maus chefes e pouco exército não é possível ganhar esta guerra”, afirmou presidente da câmara de Lisboa, que não hesitou em dizer a quem se referia.

Medina culpa “más chefias’ pela situação na Grande Lisboa

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, aponta erros à gestão do controlo da covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa e aponta o dedo a “más chefias”.

No seu espaço habitual de comentário na TVI, o autarca da capital não poupou críticas e defendeu que "com maus chefes e pouco exército não é possível ganhar esta guerra".

Questionado sobre se era uma mensagem dirigida à ministra da Saúde, Marta Temido, e à diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, Fernando Medina não hesitou em responder: "É uma nota direta a todos os responsáveis relativamente a esta matéria, que é preciso agir rápido. Ou há capacidade de conter isto rápido ou então têm de ser colocadas as pessoas certas nos sítios certos".

"Isto é um alerta claro: chefias, qualidade das chefias. Ou dão provas de conseguir ou se não dão provas de conseguir agora é essencial que sejam mudadas agora, não é daqui a uma semana, 15 dias ou um mês. Daqui a um mês é tarde e vamos estar a correr atrás de um prejuízo", sublinhou.

Para Medina, houve várias falhas na região de Lisboa devido a vários motivos, entre eles o sentimento de que o problema estava ultrapassado, o que criou uma falsa sensação de segurança e uma má preparação relativamente ao confinamento.

"Falhou também a ação no terreno naquilo que é o diagnóstico que é feito pelas autoridades de saúde (…) Quando se mandam fazer rastreios generalizados, mas depois os testes demoram muito tempo ou os inquéritos demoram mais tempo ainda e o problema das infeções já está noutro sítio que não aquele", disse.

Por isso, Fernando Medina considera essencial encurtar os tempos dos resultados dos testes e inquéritos.

"É absolutamente essencial que os testes sejam efetuados de forma extremamente rápida. Entre o teste e o resultado ou a pessoa é protegida ou então o resultado tem de sair em muito pouco tempo. É essencial também que o tempo do inquérito seja concretizado no espaço de 12 horas máximo, que haja logo contacto com a pessoa que deu positivo e que haja uma determinação: saber quais foram as pessoas que tiveram em contacto", acrescentou.

O autarca, que é também presidente da Área Metropolitana de Lisboa, defendeu ainda que é necessário adequar as medidas preventivas a locais específicos. "Têm de ser reavaliadas nos sítios em que não funcionam naturalmente. Há sítios em que funcionam muito bem, noutros não estão a funcionar. Isto é válido ao nível local e regional. O ministério [da Saúde] tem de prestar uma atenção central a isto", adiantou.

Para Medina, a solução passa por aumentar o "exército de saúde pública" no terreno.

"Esta questão que já está endereçada em parte pela admissão de mais 100 novos operacionais na área da saúde pública, mas na minha opinião tem que aumentar mais 100, mais 200, mais 300. Vamos buscar ao exército onde for, vamos buscar a qualquer sítio. Este exército de operacionais de saúde pública tem de aparecer já nos próximos dias", frisou.