Advogado de Sócrates diz que Rosário Teixeira quis um “julgamento de rua”

O debate instrutório da Operação Marquês decorre esta quarta-feira, em Lisboa.

O advogado de defesa de José Sócrates acusou, esta quarta-feira, o procurador da Operação Marquês de ter ambicionado "um julgamento de rua". "O senhor procurador [Rosário Teixeira] ambiciona um julgamento na rua para José Sócrates, aliás já nem sequer quer julgamento, quer sim abafar a decisão jurisdicional e ganhar na secretaria", afirmou Pedro Delille aos jornalistas.

O advogado considerou ainda que Rosário Teixeira se refugiou "em conceitos vazios de personalidade, de moralidade para fingir que havia indícios fortes" dos crimes que são imputados aos ex-primeiro-ministro.

Lamentando que o magistrado do Ministério Público não esteja presente no debate instrutório da Operação Marquês, que decorre hoje, Delille afirmou que Rosário Teixeira era "o grande mentor da acusação", acusando-o de se refugiar em ilusionismos "para fingir que havia indícios" contra Sócrates. 

"Esperava que tivessem reconhecido que havia prova zero e que pedissem a não pronuncia, ou que sustentassem aqui a atuação formulada, mas não fizeram uma coisa nem outra", lamentou o advogado, depois de se se queixar da falta de conclusões apresentada pelo Ministério Público.

José Sócrates está acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.

No seu depoimento na fase de instrução, José Sócrates reiterou que a acusação é "monstruosa, injusta e completamente absurda".