Ministra recusa falar em “descontrolo” da pandemia e reforça confiança nas “chefias do país” e na diretora-geral da Saúde

Questionada sobre as críticas do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Marta Temido disse que não lhe parece ser possível “dizer que as chefias do país, que nos fizeram chegar até aqui, são incompetentes”.

A ministra da Saúde disse, esta quarta-feira, que, entre o final de julho e o início de agosto, serão contratados 30 novos recém-especialistas de saúde pública no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Marta Temido reiterou ainda que não se pode falar em “descontrolo” na região de Lisboa e Vale do Tejo e reforçou a sua confiança nas "chefias dos país" e na DGS.

Em entrevista à RTP, a governante disse que existem 101 médicos de saúde pública na Grande Lisboa, com equipas distribuídas. A ministra voltou ainda a dizer que “de forma nenhuma”, se pode falar em “descontrolo” na região de Lisboa e Vale do Tejo e admite que o problema está na dificuldade em quebrar cadeias de transmissão e em perceber as circunstâncias dos contágios.

“É uma situação sobretudo de sobressalto, que não nos deixa estar tranquilos (…). Há indícios que sugerem que zonas mais densamente povoadas e com pessoas com uma maior rede de contactos têm maior risco”, explicou, acrescentando ainda que a região da grande Lisboa está num “planalto persistente”, desde que Portugal atingiu o pico da epidemia.

A ministra destacou ainda que na região de Lisboa e Vale do Tejo a curva “nunca baixou tanto como noutras zonas do país”.

Na mesma entrevista, a ministra admitiu ainda que os elogios a Portugal nos primeiros meses da pandemia causaram "uma expectativa de que este fosse um problema eventualmente ultrapassado com maior facilidade do que realmente é" e que se acreditou que "que pudéssemos ter o país a responder de forma homogénea”, quando “não é isso que está a acontecer".

Questionada sobre as críticas do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Marta Temido disse que não lhe parece ser possível "dizer que as chefias do país, que nos fizeram chegar até aqui, são incompetentes". Porém, admite que "é natural" que os momentos de maior pressão exponham fragilidades. A ministra reforçou que as chefias mantêm a confiança da ministra e da Direção-Geral da Saúde. "A diretora-geral da Saúde mantém a minha confiança", acrescentou.

De acordo com os últimos dados do Instituto Ricardo Jorge, divulgados pela ministra, o RT – indicador de transmissibilidade – baixou em Portugal na última semana. Entre 24 e 28 de junho, era de 0,99 em Lisboa e Vale do Tejo, de 1,05 no Norte e de 0,92 no Alentejo.