O anestesista, o insensível e a falta de chá

José Gameiro bem podia abrir o seu consultório, agora por videochamada, para aconselhar alguns governantes e políticos da oposição. Sempre aprendiam alguma coisa

Esta semana, com a Marta Reis, entrevistei José Gameiro, psiquiatra reconhecido, que festejou ontem 71 anos – a entrevista está na edição de fim de semana do jornal i. Foram quase duas horas em que o médico falou de tudo sem ter quaisquer problemas de assumir o que pensa.

Já foi assim há cinco anos quando o entrevistámos, e José Gameiro bem podia abrir o seu consultório, agora por videochamada, para aconselhar alguns governantes e políticos da oposição. Sempre aprendiam alguma coisa. Sobre Marcelo Rebelo de Sousa, de quem foi colega na escola, conta episódios engraçados antes de o antigo líder do PSD assumir a Presidência: «O Marcelo é um tipo naturalmente empático, conhece as pessoas e já antes de ser Presidente era assim. Aqui em Cascais as pessoas conhecem-no bem. Ajudava as pessoas doentes, ia a casa delas, dava-lhes dinheiro, é uma pessoa desprendida nesse aspeto, e ninguém sabia disto antes de ele ser ser Presidente a não ser as pessoas mais próximas. O Costa não é nada disto. É mais rígido, não sei como dizer».

Mas não foi por ter sido colega do atual Presidente que Gameiro se inibe. «Marcelo assumiu o papel de diretor-geral da Saúde (…). Acho que é demasiado anestesista em relação a Portugal. Gostava que fosse mais cirurgião, que separasse bem as coisas, cortasse mais a direito. Mas acho que pelo menos até ser eleito quer ser anestesista para ver se tem 75% dos votos».

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