Sindicatos exigem uma “solução híbrida” para a TAP

Sete sindicatos criticam a solução encontrada pelo Governo para “salvar” a TAP – um empréstimo do Estado de até 1,2 mil milhões de euros, que inclui um plano de reestruturação – por considerarem que o Executivo “não desejou nem se preparou” para conseguir recorrer aos fundos de auxílio europeu no âmbito da pandemia.

Uma plataforma de sete sindicatos defendeu esta quarta-feira uma “solução híbrida” para financiar a TAP, incluindo o acesso aos fundos europeus para auxílio no âmbito da pandemia de covid-19 – incluindo a possibilidade de injeção de dinheiro a fundo perdido.

Em comunicado, os sindicatos deixam críticas à solução encontrada pelo Governo para “salvar” a companhia aérea – um empréstimo do Estado de até 1,2 mil milhões de euros, que inclui um plano de reestruturação a ser aprovado por Bruxelas – por considerarem que o Executivo “não desejou nem se preparou” para outra solução.

Na nota – assinada pelo Sindicato dos Economistas (SE), Sindicato dos Engenheiros (SERS), Sindicato dos Contabilistas (SICONT), Sindicato das Indústrias Metalúrgica e Afins (SIMA), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) e pelo Sindicato dos Técnicos de “Handling” de Aeroportos (STHA) – os sindicatos sugerem “clara e inequivocamente, uma solução híbrida onde se apresenta 600 milhões de euros” pelo quadro temporário referente à covid-19, 300 milhões de euros pelo “dano económico provocado pelo encerramento das fronteiras entre Estados-membros europeus (a ser devolvido até ao prazo máximo de sete anos)”, e “por fim, e se necessário, 300 milhões de euros para resgate e reestruturação do grupo”.

As estruturas sindicais acreditam que esta é a única solução “sem despedimentos” ou “redimensionamento violento e profundo” da TAP. “Não aceitaremos reestruturações à custa de postos de trabalho, e do corte na qualidade dos mesmos”, lê-se no comunicado.

“No cenário europeu seremos (se nada se alterar) a única companhia aérea europeia a não beneficiar do quadro temporário exclusivo covid”, afirmam, acrescentando que a TAP não irá também receber no âmbito dos auxílios provocados pelo encerramento das fronteiras entre Estados europeus, "sendo o Estado – soberano – português o único que não 'conseguiu' – claramente não o desejou e muito menos se preparou para tal – aceder aos quadros supra descritos, mais vantajosos, desde logo nas maturidades de devolução, a par da possibilidade do fundo perdido”, dizem os sindicatos.