Resposta do Governo às intempéries do centro é “insuficiente” e “desadequada”

CAP diz que Governo responde com 40 mil euros a prejuízos de mais de 20 milhões de euros.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) disse esta quarta-feira que as medidas do Governo para mitigar os impactos das intempéries que afetaram a região centro são “insuficientes” e “desadequadas”.

Segundo a CAP “para prejuízos confirmados superiores a 20 milhões de euros, o Governo responde com 40 mil euros para toda a região”.

Em causa está uma tempestade de chuva e granizo que atingiu várias zonas do centro do país como Fundão, Covilhã, Belmonte e Penamacor.

“O Estado português não pode assumir, arbitrariamente, compromissos de milhares de milhões de euros para “salvar” ou nacionalizar empresas e demitir-se de apoiar dignamente pequenos agricultores em situação de desastre, agricultores que produzem bens alimentares, exportam e criam riqueza no interior do pais”, defende ainda a CAP que argumenta que “o anúncio, em meados de junho, de uma linha de crédito para quem teve perdas totais não desagrava o problema, antes o agrava, criando mais endividamento”.

A CAP lembra que no Fundão, por exemplo, existem cerca de 750 hectares de cerejas que pertencem a um conjunto de 130 agricultores. Segundo a confederação, cada agricultor com cinco hectares que tenha perdido 50 mil euros, recebe um máximo de 200 euros se se candidatar aos apoios do Estado. No caso da vinha, o valor cai para metade.

“Um viticultor também com cinco hectares, com prejuízos na ordem das dezenas de milhares de euros, poderá candidatar-se a uma ajuda de 100 euros no total”, explica a CAP.

Nesse sentido, a CAP pede que o Governo e a oposição “reflitam sobre as escolhas que fazem e as opções que tomam. A resposta financeira a este desastre climático da região Centro tem que ter uma resposta adequada”.

E vai mais longe: “À semelhança da anunciada linha para endividamento, a resposta constante do referido Despacho simplesmente não serve”.