José Calixto diz que “não faz sentido” encerrar fronteira entre a Estremadura espanhola e o Alentejo

Declarações surgem depois de dois autarcas espanhóis terem pedido à Delegação do Governo espanhol local para que encerasse as fronteiras “até que seja estabelecido um protocolo transfronteiriço para o controlo da covid-19”.

O presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz afirmou, esta sexta-feira, que “não faz sentido” encerrar as fronteiras na região do Alentejo, tal como foi pedido por dois autarcas de Badajoz.

A solicitação dos autarcas de Villanueva del Fresno e Valencia de Mombuey aconteceu esta quarta-feira. Rámon Díaz Farías e Manuel Naharro Gata pediram à Delegação do Governo espanhol da Estremadura para que encerasse as fronteiras "até que seja estabelecido um protocolo transfronteiriço para o controlo da covid-19".

"Qualquer situação de cerco sanitário ou confinamento mais drástico tem a ver com dados objetivos resultantes da investigação epidemiológica ou de descontrolo das cadeias de transmissão. Se há momento em que não faz sentido falar dessa medida é agora, que deixou de haver novos casos na comunidade e todos os casos detetados nos últimos 10 dias já estavam previamente confinados", afirmou José Calixto.

À agência Lusa, o autarca relembrou ainda que foi "mantida toda a tranquilidade quando houve surtos e casos na Estremadura espanhola". "O mais que podemos fazer é, se os colegas espanhóis precisarem de alguma informação, certamente a Autoridade de Saúde Pública Portuguesa os informará do que necessitarem. Mais do que protocolos, o importante é as autoridades dos dois países atuarem de acordo com cada foco e, naturalmente, trocarem informações, que penso que é o que estará a faltar neste momento", concluiu.

O concelho de Reguengos de Monsaraz, que fica localizado a 35 quilómetros de Villanueva del Fresno (Espanha), regista o maior surto no Alentejo. Segundo dados desta sexta-feira, há de 131 casos ativos, 16 mortos e 14 pessoas curadas da covid-19.