Adalberto Campos Fernandes defende plano específicos para lares, residências e unidades de cuidados continuados

O ex-ministro da Saúde socialista afirmou ainda que houve tolerância “com as falhas ocorridas no princípio da crise”, defendendo que, no futuro, vai haver uma “grande dificuldade” em compreender as falhas que possam vir a acontecer nos meses de outubro, novembro e dezembro que não decorram de “fatores não controláveis”.

Adalberto Campos Fernandes afirmou, esta quinta-feira, que Proteger os utentes dos lares, residências e unidades de cuidados continuados da terceira idade é fundamental para ultrapassar a próxima fase da pandemia de covid-19.

O anterior ministro da Saúde apontou ainda que o período de verão dava às autoridades algum "fôlego" para "fazer um plano, preparar e fazer o trabalho de casa".

"É preciso um plano específico para os lares, residências e unidades de cuidados continuados. Não um plano que vise criar 'guetos', mas que diga que aquela população precisa de ser protegida e ao protegê-los estamos a fazer o mesmo a toda a sociedade", explicou o ex-governante socialista.

Campos Fernandes admitiu ainda que houve tolerância "com as falhas ocorridas no princípio da crise", defendendo que, no futuro, vai haver uma "grande dificuldade" em compreender as falhas que possam vir a acontecer nos meses de outubro, novembro e dezembro que não decorram de "fatores não controláveis".

As declarações foram feitas durante um debate promovido pelo café 'A Brasileira', no Chiado, no qual também participou Margarida Tavares, infeciologista do Hospital de São João, no Porto. "Uma das prioridades do país devia ter sido criar formas de proteger locais fechados com concentração dessas pessoas de risco. Os casos de morte que tivemos foram sobretudo nessa parte da população. Se conseguirmos protegê-la, vamos passar muito melhor esta fase", conclui Margarida Tavares.

No debate participaram também Henrique Veiga Fernandes, diretor do laboratório do Instituto Champalimaud e André Peralta, especialista de Saúde Pública.

"Há duas mensagens principais a passar. Uma, o uso de máscara. A segunda, todos os dias fazermos uma autoavaliação dos nossos sintomas e a partir do momento em que tenhamos de restringir todos os nossos contactos sociais e profissionais", reforçou o último epsecialista, que está ligado à Universidade de Washington, no Estado de Seattle, nos Estados Unidos.