O alívio, aquém e além mar

A Justiça, sempre relativa, faz-se com a verdade possível de apurar e de provar.

A acusação do chamado caso GES/BES, que imputa uma série de crimes a 18 pessoas singulares e sete coletivas, se deixa Ricardo Salgado – apontado pelo Ministério Público (MP) como líder da associação criminosa responsável pela implosão do império Espírito Santo (do grupo e, por arrastamento, do banco) – em maus lençóis com a Justiça, foi com toda a certeza recebida (e minuciosamente lida) com um enorme alívio por muitos mais.

Ao longo das 4116 páginas assinadas pela equipa de magistrados do MP que liderou o inquérito, lá vêm narrados os contornos daquela que é considerada por conceituada imprensa especializada e internacional como uma das 10 maiores fraudes da história da banca mundial.

Os que o Ministério Público defende ter conseguido apurar e poder provar por um rol infindável de documentos, escutas, testemunhos e o mais que possa imaginar-se constantes dos volumosos autos.

De dados novos, nem vislumbre. Ou melhor, o que é novo é que das dezenas de arguidos que o processo foi tendo ao longo do tempo, a acusação reduz-se agora a 18 (mais sete pessoas coletivas), entre administradores e diretores do grupo, do banco e de outros veículos do império Espírito Santo.

A Justiça, sempre relativa, faz-se com a verdade possível de apurar e de provar.

A defesa do arguido central de todo este processo, entregue a Francisco Proença de Carvalho, já veio reagir e alegar que «a acusação falsifica a história do BES».

É óbvio que sim.

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