“Queremos investimento de qualidade que possa fazer a diferença”, diz Jamila Madeira

A secretária de Estado Adjunta da Saúde afirmou, durante a conferência de imprensa, que é preciso “ir mais longe” no reforço do SNS e que, ainda este ano, a capacidade de resposta será “substancialmente reforçada. 

A secretária de Estado Adjunta da Saúde considerou, esta quarta-feira, que, nos últimos três dias, os dados que dizem respeito à região de Lisboa e Vale do Tejo têm sido “encorajadores”. As declarações de Jamila Madeira foram feitas durante a conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS), após ter sido revelado o boletim epidemiológico mais recente, no qual estão registadas mais cinco mortes e 252 novos casos de covid-19, que ocorreram nas últimas 24 horas.

A responsável anunciou que a média diária de testes de despistagem à covid-19 no mês atual é de 13.670, “o que confirma a tendência ascendente no mês de julho em comparação com o mês de junho”. A secretária de Estado afirmou ainda que o alargamento laboratorial, de 20 para 98 laboratórios espalhados por todo o país” foi “determinante na resposta eficaz à pandemia” e anunciou que a capacidade de resposta será ainda este ano “substancialmente reforçada”. No total, já foram realizados em Portugal mais de 1 milhão e 480 de testes de despistagem à covid-19.

Reconhecendo que é necessário “ir mais longe” no que diz respeito aos reforços no Sistema Nacional de Saúde, a responsável sublinhou a importância “vital” do SNS.

"Queremos investimento de qualidade que possa fazer a diferença, num quadro de exigência orçamental que não ignoramos, valorizamos. Estamos plenamente empenhados em responder às necessidades imediatas relacionadas com a pandemia, sem nunca deixar de trabalhar nas bases daquilo que pretendemos para o SNS do futuro: um SNS moderno, sustentável, resiliente, inclusivo e apto a prestar os melhores cuidados de saúde a todos os portugueses", sublinhou. 

Em resposta aos jornalistas, Jamila Madeira explicou que os casos reportados de cidadãos que chegaram a Portugal, oriundos de Angola e Moçambique, sem os testes realizados 72 horas antes do embarque – notícia avançada pelo jornal Público – foram encaminhados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para a equipa de saúde encarregue de realizar a testagem.

Quanto aos cidadãos que não realizaram a despistagem no aeroporto, situações que a responsável afirmou serem “residuais, Jamila Madeira explicou que o SEF procedeu à sua identificação. "Aquilo que nos cabe dizer é que, de todo o modo, estes cidadãos são cidadãos que preenchem o Passenger Locator Card", esclareceu. 

O subdiretor-geral da Saúde, também presente na conferência, informou ainda que foram testados 72 funcionários da Lisnave, dos quais 12 terão dado positivo para a covid-19.

Diogo Cruz voltou a reforçar a importância da sociedade no combate à covid-19 e, quando questionado sobre os ajuntamentos de jovens, o responsável respondeu que estava na altura de “jovens e não jovens contribuírem para o combate à pandemia”. “Percebo a parte de que os jovens não são um grupo de risco, mas o pensamento tem de ser: 'quando me estou a proteger a mim mesmo, estou a proteger-me não só a mim, como as pessoas que habitam comigo, a minha família, amigos e, em última instância, a proteger o meu país e a fazer com que seja mais fácil o combate à pandemia'", continuou.

Ainda quanto às eventuais sequelas que surgem após a doença, Diogo Cruz afirmou que têm sido reportadas algumas situações, salvaguardando, porém, que a dimensão e duração das mesmas são desconhecidas.

"Aquilo que nos parece neste momento é que as sequelas acontecem num número reduzido de pessoas. Não temos números. Vamos ter que esperar. Não nos podemos esquecer que esta pandemia começou em Portugal em março", afirmou, lembrando que sequelas imediatas são comuns em todas as infeções virais.