Vacinas: “Há oito consórcios que estão num processo mais avançado”, afirma Marta Temido

Dos surtos conhecidos, 40 registaram-se na Região Norte, 13 na Região Centro, 127 em Lisboa e Vale do Tejo, cinco na Região do Alentejo e 13 na região do Algarve.

A ministra da Saúde, Marta Temido, e o subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, fizeram o balanço diário sobre a covid-19, esta sexta-feira, onde foram registados mais sete óbitos e 313 novos casos de covid-19 no país e abordaram vários assuntos como o número de pessoas hospitalizadas, o número de surtos ativos em todo o país e sobre as vacinas contra a covid-19 que estão a ser estudadas por todo o mundo. 

Segundo Marta Temido, nunca houve um número tão baixo de pessoas hospitalizadas com covid-19 desde o passado dia 24 de março – esta sexta-feira foram registadas 420 pessoas internadas em unidades de saúde. Foi ainda abordada a questão da grande maioria dos internamentos e novos casos diários estarem localizados na região de Lisboa e Vale do Tejo e a ministra da Saúde garante que tem ocorrido uma recuperação rápida do número de infetados. 

Sobre os surtos ativos, a governante revelou que são, neste momento, 198 espalhados por todo o país: "40 na Região Norte, 13 na Região Centro, 127 em Lisboa e Vale do Tejo, cinco na Região do Alentejo e 13 na região do Algarve".

Apesar desta situação, Marta Temido diz que Portugal está numa situação "confortável". “O país teve uma taxa de incidência nos últimos sete dias de 15,7 novos casos por 100 mil habitantes e uma taxa de incidência nos últimos 14 dias de 37,1 novos casos por 100 mil habitantes, o que situa o país naquilo que, quanto a este indicador, num padrão bastante confortável, embora haja ainda muito trabalho para fazer”, disse a ministra da Saúde. 

Relativamente ao RT também ocorreu uma evolução "favorável". Para os dias 16 a 20 de julho, situa-se agora para a média nacional nos 0,92, com um intervalo de confiança de 95%, de acordo com dados provenientes do Instituto Ricardo Jorge. 

Sobre os preços e datas pensadas para a disponibilização da vacina contra a covid-19, que está a ser estudada por todo o mundo, a ministra da Saúde garantiu que Portugal está a acompanhar a evolução destas, através do Infarmed, que “tem participado em reuniões que estão a ter uma periodicidade semanal com os 27 Estados-membros e com a coordenação da Comissão Europeia, de coordenação das interações com a indústria farmacêutica, no sentido de garantir que todas as linhas em que há investigação e desenvolvimento de vacinas têm um acompanhamento da nossa parte, de forma a que consigamos garantir que temos acesso àquelas que venham a ser as primeiras vacinas, em condições de segurança e qualidade”.

Apesar de várias vacinas já estarem na terceira fase de investigação e existirem "oito consórcios da indústria farmacêutica que estão num processo mais avançado e mais promissor de investigação", segundo a ministro, é ainda "precoce estar a avançar com números", indica a mesma. "É evidente que a DGS tem uma estimativa, mas é precoce estar a avançar com a informação do número de doses, eventuais preços ou datas efetivas para a sua disponibilização”, acrescentou.

Marta Temido falou ainda sobre os profissionais de saúde que estão infetados com covid-19 e abordou a questão do Orçamento Suplementar, que foi promulgado esta quinta-feira pelo Presidente da República, onde existe um artigo que protege os mesmos. "Os trabalhadores do setor da saúde estão dispensados de fazer prova de que a doença é uma consequência direta da atividade exercida e, por outro lado, os trabalhadores que estão em contrato individual de trabalho têm equiparação para efeitos de dispensa de prova e de indemnização por doença profissional, sendo assegurado o pagamento a 100% da retribuição relativamente às ausências por motivo de doença profissional", referiu a ministra. Marta Temido disse ainda que até à data foram registados 4.114 profissionais infetados, dos quais 3.463 já estão recuperados. 

Sobre a investigação sobre o plasma de doentes recuperados, o subdiretor-geral da Saúde diz que esta questão continua a ser analisada. Sobre o plano de inverno, o subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz afirmou que se mantivermos as medidas para a covid-19 estas também serão eficazes para outros vírus respiratórios, como o influenza.

Marta Temido também sublinhou que o Governo tem como prioridade "a necessidade de garantir que existem vacinas para a gripe sazonal" e que existe uma "estratégia de vacinação definida a tempo de começar a aplicar a vacina da gripe, mais cedo do que é habitual”.

No caso de uma segunda vaga de covid-19, deve haver uma "rapidez de resposta" daí uma das prioridades, segundo Marta Temido, ser duplicar a capacidade de testagem do SNS.