Um grande chamado Petit

Há gente assim, mas pouca. Têm uma alma infinita num pacote pequeno. É por eles que existem os filmes e o cinema.

Não vou a casamentos. Afinal, se se celebram num altar, devem ter algo de sacrifício. O Vinicius dizia: «Os funerais, eliminei-os da minha vida. Prefiro recordar vivos os meus mortos». Também não vou a funerais. A frase serve-me para ambos. As últimas bodas a que assisti foram na Índia. Por isso, tenho justificação: os indianos reencarnam. Eu, que frequento muito a Índia, sei bem o que isso é: às vezes é impossível dormir com o barulho dos indianos a reencarnar.

O último casamento aportuguesado de que me recordo ao vivo foi o de um tipo chamado Armando Alves Teixeira, para os amigos Petit. Na minha adolescência que metia tardes de sábado a fio passadas no Cinema Paris, vi e revi um filme chamado A Man Called Horse. Isto é: Um Homem Chamado Cavalo. John Morgan, um aristocrata inglês metido numa expedição ao Dakota em 1821 era capturado pela tribo dos Mãos Amarelas, da nação Sioux, e tratado abaixo de cão. Ou seja, ao nível de cavalo. Richard Harris fazia de Morgan. Harris, estão a ver? O pai maluco de Bo Derek em Tarzan o Homem Macaco, realizado por John Derek, que fez os impossíveis para mostrar a mulher nua em tudo o que era cena, contracenando com um imbecil a nível de símio, Miles O’Keefe, que era tão parco de massa cinzenta que nem conseguia perceber ao certo que Jane andava em seu redor suplicando por sexo, algo que qualquer babuíno teria rapidamente assimilado.

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