Santander Totta. Lucro cai 37,3% para 172,9 milhões no primeiro semestre

As moratórias abrangeram mais de 88 mil clientes correspondendo a um montante superior a 8,9 mil milhões de euros de crédito. Quanto às linhas de crédito com garantia do Estado foram aprovadas operações na ordem dos 1,3 mil milhões de euros.

O resultado líquido do Santander Totta ascendeu a 172,9 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, um decréscimo homólogo de 37,3%.

O produto bancário ascendeu a 659,4 milhões de euros, uma redução de 6,3% face ao período homólogo. Já os custos operacionais, no montante de 287,8 milhões de euros, registaram um decréscimo de 5,1% em termos homólogos, “motivo pelo qual o resultado de exploração se reduziu em 7,3%, e o rácio de eficiência aumentou em 0,5pp, para 43,6%”, explicou a instituição financeira liderada por Pedro Castro e Almeida, em comunicado.

A margem financeira situou-se em 399,3 milhões de euros, uma redução homóloga de 6,9%, “o que traduz essencialmente a descida das taxas de juro do crédito, num contexto concorrencial ainda elevado e de diminuição da procura de crédito por empresas fora do âmbito das linhas com garantia do Estado, e a gestão da carteira de dívida pública”.

As comissões líquidas, no montante de 183,1 milhões de euros, desceram 5% face a junho de 2019, já refletindo plenamente os efeitos da pandemia sobre a atividade, “destacando-se uma redução das comissões sobre crédito, e os impactos da suspensão de um conjunto de comissões, no âmbito das medidas de apoio às empresas e às famílias”.

 “Os resultados do primeiro semestre de 2020 incorporam já, tal como esperado, um impacto importante associado à Covid-19. Porém, e apesar do momento desafiante que vivemos em todos os sectores, e sem exceção, fomos reconhecidos pela nossa performance financeira, pelo serviço aos clientes, capacidade de adaptação às novas condições de mercado e ainda, no plano corporativo, pela resposta no combate à pandemia”, disse Pedro Castro e Almeida.

Os outros resultados da atividade bancária ascenderam a -29,6 milhões de euros, os quais traduzem, em grande medida, as contribuições para os Fundos de Resolução Único e Nacional, e cujo encargo aumentou face ao período homólogo.

Já os resultados da atividade de seguros, no montante de 7,8 milhões de euros, registaram um decréscimo de 35%, resultado da cedência de uma carteira da ex-Eurovida à Aegon Santander Seguros.

Por sua vez, os resultados em operações financeiras ascenderam a 91,9 milhões de euros, incluindo também os resultados da gestão das carteiras de dívida pública.

Os custos operacionais, no montante de 287,8 milhões de euros, evidenciaram um decréscimo de 5,1% face a junho de 2019, em resultado de uma descida em 7,4% dos custos com pessoal e em 3,8% dos gastos gerais. As amortizações, por seu lado, cresceram 6,2% face ao período homólogo.

Crédito sobe

No final de junho, a carteira de crédito totalizou 42,1 mil milhões de euros, com crescimentos de 3,8% face ao período homólogo e de 5,3% em relação a dezembro de 2019, “refletindo não só a aplicação de moratórias ao crédito a famílias e empresas como também a elevada produção de linhas de crédito de apoio à economia no contexto da crise sanitária que vivemos”, explicou o Santander.

O crédito à habitação totalizou 20,1 mil milhões de euros, um acréscimo de 2,7% em termos homólogos, e o crédito ao consumo ascendeu a 1,7 mil milhões de euros, um crescimento de 3,3% face a junho de 2019.

O crédito a empresas atingiu 16,5 mil milhões de euros, no final de junho, uma subida de 3,1%, face ao período homólogo e de 7,4% em relação a dezembro do ano anterior.

Moratórias e linhas de financiamento

As moratórias, legal e privada, abrangeram mais de 88 mil clientes correspondendo a um montante superior a 8,9 mil milhões de euros de crédito (cerca de 22% da carteira total).

No âmbito das linhas de crédito com garantia do Estado, destinadas a mitigar os efeitos da pandemia, o banco já aprovou um conjunto de operações no montante de cerca de 1,3 mil milhões de euros.