Tanto barulho para quê?

Para que serviam aqueles debates? Assisti a alguns e nunca vi uma troca de palavras elevada, nunca vi sair dali uma ideia, uma proposta desinteressada.

Sinto-me um ET. Vejo, à esquerda e à direita, dezenas ou centenas de comentadores a barafustarem ruidosamente contra o fim dos debates quinzenais no Parlamento com a presença do primeiro-ministro.

Dizem que é um atentado contra o pluralismo, o fim do regime, até o enterro da democracia. 

E eu pasmo.

Para que serviam aqueles debates?

Assisti a alguns e nunca vi uma troca de palavras elevada, nunca vi sair dali uma ideia, uma proposta desinteressada.

O objetivo não era debater política mas sim fazer chicana política, encostar o mais possível o primeiro-ministro à parede.

Pouca gente falava: a esmagadora maioria dos deputados entrava muda e saía calada.

O tom era artificialmente agressivo.

O curioso é que, concordando com o fraco rendimento dos debates, muitos comentadores – em vez de aceitarem a redução da sua frequência – dizem: então melhore-se a qualidade!

Mas melhore-se a qualidade como?

Os deputados são os mesmos, os governantes são os mesmos, onde vamos arranjar gente diferente para melhorar a qualidade dos debates?

Claro que surpreende o facto de a proposta ter partido do líder do principal partido da oposição – e portanto, em princípio, o principal beneficiário de debates mais frequentes.

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