Teixeira dos Santos com dias contados

Fonte oficiosa próxima de Fernando Teixeira dos Santos confirmou ao SOL a existência de uma operação de transferência para o Santander no intervalo de dias com que foi confrontada: “Entre o final de janeiro e o início de fevereiro”. 

Fernando Teixeira dos Santos já terminou o seu mandato à frente do EuroBic, em dezembro passado, mas continua em funções. O Banco de Portugal continua à espera que seja apresentada a lista dos novos órgãos sociais e, ao que o SOL apurou, se o nome do ex-ministro das Finanças se mantiver será alvo de avaliação, em termos de idoneidade, como é obrigatório para todas as instituições financeiras.

O SOL sabe também que a entidade agora liderada por Mário Centeno tem feito pressão para que o banco apresente a nova estrutura, uma vez que já fechou  as contas referentes a 2019 e continua à espera que o EuroBic apresente os valores referentes a este ano.

Recorde-se que o EuroBic registou lucros de 61 milhões de euros em 2019, 44% acima dos 42,5 milhões de euros de 2018, mas só foram apresentadas em abril deste ano, depois das contas terem sido aprovadas na assembleia-geral de acionistas.

Tal como o SOL avançou na semana passada, dias depois de ter rebentado o escândalo que ficou conhecido como Luanda Leaks – e que colocou Isabel dos Santos, Sindika Dokolo e alguns dos seus colaboradores mais próximos sob a mira da Justiça de Angola e de Portugal –, o CEO do banco EuroBic e ex-ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, ordenou transferências de centenas de milhares de euros da sua conta daquele banco para uma outra conta de que é titular no banco Santander.

Confrontados pelo SOL com esta operação nos dias seguintes a ter sido tornado público o caso Luanda Leaks – que logicamente abalou a confiança do mercado –, tanto Teixeira dos Santos como o Banco de Portugal recusaram prestar quaisquer comentários.

Já fonte oficiosa próxima de Fernando Teixeira dos Santos confirmou ao SOL a existência de uma operação de transferência para o Santander no intervalo de dias com que foi confrontada: "Entre o final de janeiro e o início de fevereiro". E justificou-a com a compra e venda de um imóvel no Porto. Ao mesmo tempo, afastou qualquer efeito de ‘contágio’ ou outras operações de transferências de depósitos de outros administradores, diretores ou gestores de conta do banco, afirmando que os rácios exigidos pelo Banco de Portugal nunca estiveram em risco, remetendo o SOLpara as contas apresentadas pelo EuroBic.

Ora, as últimas contas públicas do EuroBic respeitam a 2019 – ou seja, antes do caso Luanda Leaks e da operação de transferência de poupanças de Teixeira dos Santos para o banco espanhol. 

Especialistas ouvidos pelo SOL manifestam fortes reservas a que, nesta altura, e sendo que Teixeira dos Santos é também arguido no caso das PPP, o Banco de Portugal lhe reconheça idoneidade para se manter à frente da instituição bancária.