FECTRANS diz que administração da IP “já está fora de prazo”

A estrutura sindical pediu a demissão da administração.

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) criticou, esta segunda-feira, a administração da Infraestruturas de Portugal (IP) por “antecipar as conclusões do inquérito” relacionado com o acidente entre um Alfa Pendular e uma máquina de trabalhos, que ocorreu em Soure, na sexta-feira passada.

“É altura de o ministério da tutela substituir esta administração incapaz de dar prioridade a um assunto importante para evitar acidentes ferroviários e devolver à ferrovia o que é da ferrovia, concentrando nesta a gestão unificada de todos os seus segmentos – operação, infraestruturas e manutenção", defendeu a estrutura sindical, exigindo a demissão da administração da IP.

Em comunicado, a FECTRANS critica a administração por, numa altura em que decorre ainda o inquérito, já ter dito “quem são os culpados, para procurar desculpar as causas”. “A administração foi clara a atribuir culpas e depois procurou justificar a sua incapacidade de implementar as recomendações a que estava obrigada, que se o tivesse feito, como todos reconhecem, teria evitado o acidente", salientam os responsáveis, que sublinha ainda que, a seu ver, a atual administração da IP "já está fora de prazo, como se comprovou pelas diversas contradições sobre o assunto em análise".

A colisão provocou dois mortos – os trabalhadores que seguiam no veículo de conservação de catenária. Do choque resultou o descarrilamento do Alfa Pendular, que transportava 212 passageiros. Para além das vítimas mortais, oito pessoas ficaram gravemente feridas e houve ainda registo de 36 feridos ligeiros. Dos feridos graves, três continuam internados no Hospital de Coimbra.