Marcelo em Porto Santo. “Uso máscara mesmo quando não é obrigatório”

Marcelo não alinhou nas críticas à decisão de Miguel Albuquerque. Uso de máscara é obrigatório em todos os espaços públicos.  

Marcelo Rebelo de Sousa está a passar um curto período de férias  em Porto Santo. O Presidente da República quer aproveitar estes dias para ir à praia, mas garantiu que vai marcar a data das eleições legislativas nos Açores quando regressar ao trabalho. “Ainda não marquei a data. Essas coisas ficam para depois das férias”, declarou o chefe de Estado à chegada à ilha. “Só voltarei a ter trabalho e a promulgar mais diplomas e a tomar mais decisões quando voltar do Porto Santo”, acrescentou o Presidente da República. 

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que os próximos dias, até ao regresso no sábado, vão consistir em “praia, praia, praia” e prometeu fazer uma deslocação ao centro da cidade Vila Baleira para comer “uma lambeca”, um gelado muito popular naquela região.

Marcelo Rebelo de Sousa, depois de falar com os jornalistas e trocar de roupa no hotel, dirigiu-se à praia, de acordo com o Diário de Notícias da Madeira. E lembrou que passava férias naquela região quando os filhos eram pequenos e quis “matar saudades”. 

O Presidente da República comentou a decisão do Governo Regional da Madeira de tornar obrigatório o uso de máscara em todos os espaços públicos e garantiu que  acha muito bem. “Assumi o compromisso de, quando ando na rua, desde sempre usar máscara. Portanto, é a minha maneira de ser. Mesmo quando não era obrigatório – e não é obrigatório no continente – eu uso”. 

A decisão do governo liderado por Miguel Albuquerque não é pacífica e está longe de ser consensual entre os constitucionalistas. “Tenho dúvidas”, disse à agência Lusa Jorge Miranda. 

A medida, que entrou em vigor no início deste mês, foi justificada por Miguel Albuquerque com a necessidade de “dar prioridade absoluta à salvaguarda da saúde e da vida dos madeirenses. O nosso compromisso é esse. Estes são os valores cimeiros”. Já o líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, defendeu que a prorrogação do estado de calamidade e a obrigatoriedade do uso de máscaras são “negativas para o turismo” e transmitem uma “imagem de insegurança” sobre a região.  

 

Eleições nos Açores 

Marcelo garantiu que vai marcar a data das eleições nos Açores quando terminar este período de descanso e deverá fazê-lo na próxima semana. O Presidente da República já recebeu os partidos e quase todos apontaram para o dia 25 de outubro. 

O PSD entende que essa é a data “apropriada”, porque “houve dois meses e meio de confinamento e, obviamente, qualquer ato eleitoral necessita de divulgação eleitoral”. PCP, CDS, Bloco de Esquerda e PPM também defenderam o dia 25 de outubro, a data limite para a realização das eleições, para que os partidos possam apresentar as suas propostas ao eleitorado. 

Vasco Cordeiro, presidente do PS/Açores, foi o único que não apontou uma data após a reunião com o Presidente da República, mas sugeriu que os socialistas preferem realizar eleições mais cedo. “Dentro da baliza temporal, quanto mais tarde for, maior é o risco de haver uma perturbação do ato eleitoral. Pelo menos, é essa a leitura que também retiramos daquilo que são os alertas quanto à possibilidade de uma segunda vaga (…) O dia 25 é um dia possível dentro do quadro legal, que vai de 28 de setembro a 28 de outubro”, afirmou o presidente do Governo Regional dos Açores, no dia 22 de julho, após a reunião com o Presidente da República.