Valongo: Juiz nomeado por Costa arquiva queda de heli

Queda de helicóptero em Valongo matou quatro pessoas. Depois de o MP arquivar o caso, agora foi a vez de o inquérito aberto para apurar responsabilidades ser arquivado. 

O inquérito às entidades envolvidas no socorro ao helicóptero do INEM que caiu em Valongo, distrito do Porto, em dezembro de 2018, causando a morte aos quatro ocupantes, foi arquivado na terça-feira pelo juiz conselheiro Paulo Armínio de Oliveira e Sá, designado pelo primeiro-ministro António Costa para ser o instrutor do inquérito neste caso. «O relatório já foi dado como concluído e já entregue ao primeiro-ministro com despacho de arquivamento», avançou o gabinete de António Costa à Lusa.

O gabinete do primeiro-ministro também revelou na terça-feira que o relatório escrito pelo juiz conselheiro não será divulgado, «por conter dados pessoais dos envolvidos e inquiridos no relatório».

Este helicóptero foi encontrado 700 metros a sul da capela de Santa Justa, no concelho de Valongo. Dois corpos estavam dentro da cabine e os outros dois do lado de fora. As vítimas mortais foram João Lima, comandante do INEM com cerca de 50 anos e apontado como um dos pilotos mais experientes, Luís Rosindo, co-piloto na empresa Babcock, responsável pelo aparelho ao serviço do INEM, Daniela Silva, enfermeira do INEM com cerca de 30 anos, natural do Porto, e ainda Luís Vega, médico no Hospital de Santa Maria da Feira de nacionalidade espanhola, também com 50 anos.
A equipa tinha assegurado, na tarde daquele sábado, o transporte de uma doente grave do Hospital de Bragança para o Hospital de Santo António, no Porto. Saíram de Macedo de Cavaleiros pelas 15 horas, deixaram a doente no Porto pelas 18h10 e regressavam à base quando ocorreu o acidente. Estava prevista uma paragem para abastecimento que não chegou a acontecer.

Apesar de o relatório preliminar da Proteção Civil apontar falhas à NAV Portugal, que gere o tráfego aéreo, e ao INEM pela gestão do socorro prestado, entre outras entidades, o relatório final do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), conhecido no início deste ano, concluíra que o aparelho voava «abaixo das altitudes mínimas» previstas na regulamentação.
Em maio, recorde-se, também já havia sido tornado público o arquivamento do processo-crime aberto pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Valongo.