Inválidos batismos com mudança de fórmula

Às vezes percebemos que não são apenas os leigos que precisam de catequese, mas também os padres

Pois é! É mesmo verdade! A Congregação para a Doutrina da Fé lançou uma nota que declara inválidos os batismos que não sigam a fórmula estabelecida: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". 

É verdade! A Santa Sé tem mesmo de dizer que não se pode batizar uma criança com fórmulas inventadas pelos padres. Os exemplos que estão presentes no próprio documento são muito engraçados. 

É verdade! Há padres que ao batizar dizem: "Em nome do papá e da mamã, do padrinho e da madrinha, dos avós, dos familiares, dos amigos, em nome da comunidade, nós te batizamos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".
Parece ser mentira, mas é verdade! Há padres que modificam as fórmulas prescritas para o sacramento do batismo, mas também para os outros sacramentos só por uma razão: é mais giro ou parece explicar melhor o ritual e exprimir melhor o que a Igreja Católica está a fazer.

Na religião há os rubricistas e os poéticos.

 

Os rubricistas vivem escravos do cumprimento de todas as rubricas prescritas nos missais e nos rituais prescritos pela Igreja Católica. Os poéticos adaptam as palavras dos sacramentos e os gestos a poemas que façam sentido para os homens contemporâneos, deixando o rito a arbítrio de cada padre.

É engraçado que se faça este reparo em relação ao batismo e não se alargue este documento a todos os outros sacramentos.

Não conseguem imaginar o número de namorados que vão casar e que me pedem para modificar as disposições, escrevendo textos pessoais, substituindo a formula própria que está prescrita para o Sacramento. 

Sei que há muitíssimos casamentos onde este fenómeno aconteceu. Sei que muitos substituíram as fórmulas e escreveram as suas disposições diante do padre, com palavras verdadeiras e sinceras do marido para a mulher.
É romântico. É poético. É giro! Pois é! É novidade! Como uma carta que os namorados antigos escreviam para os seus pretendentes, assim escrevem hoje lindos textos uns para os outros, colocando de parte as rubricas.

Se este é o seu caso, se calhar é capaz de descobrir algo de muito grave ou vai saltar de alegria.

No caso do casamento, a mudança das palavras prescritas no ritual pode fazer um casamento nulo. Isto é, pelo simples fato de terem mudado a formular prescrita, hoje, muitos casais que celebraram o seu matrimónio, não estão casados.

 

Para os que ainda estão casados e que estão a ler estas palavras, isto é uma grande chatice, porque terão de verificar na raiz se contraíram ou não matrimónio. Para os que casaram pela Igreja Católica e descobrem que não estão casados por defeito de fórmula, saltam de alegria porque será rápido o processo de nulidade de casamento.

Dá para perceber que queiramos resolver com a liturgia todos os problemas da vida da Igreja. Aliás, é o momento público mais notável da vida dos cristãos, a celebração dos sacramentos. 

Porém, temos que perceber que a celebração dos sacramentos deve sempre ser acompanhada de uma longa catequese e de um acompanhamento dos que se aproximam da Igreja. 

Aqui surge ainda mais um problema! Às vezes percebemos que não são apenas os leigos que precisam de catequese, mas também os padres.