Lucros do Crédito Agrícola caem 33% no primeiro semestre

Face à pandemia, grupo viu o lucro cair 33% para 50,1 milhões de euros. No total, concedeu mais de 19 mil moratórias de 2,1 mil milhões de euros.

O Grupo Crédito Agrícola registou um resultado líquido consolidado de 50,1 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, valor que significa uma quebra de 32,7% face a igual período do ano passado. Em comunicado o banco avança que o negócio bancário contribuiu com 40,1 milhões de euros (-36,5% face ao período homólogo), num período fortemente marcado pela pandemia de covid-19.

Apesar do contexto pandémico, o banco acrescenta que a 30 de Junho de 2020, a carteira de crédito (bruto) a clientes do Grupo Crédito Agrícola ascendeu a 10,8 mil milhões de euros, uma variação positiva de 5,8% nos últimos 12 meses, “valor que supera a variação homóloga positiva de 0,9% registada pelo conjunto das instituições financeiras em Portugal com referência ao mês de junho de 2020”.

A instituição bancária liderada por Licínio Pina diz ainda que “este aumento reflete o apoio disponibilizado às famílias e empresas clientes do Grupo CA no actual contexto da crise do covid-19, facto que contribuiu para o reforço de quota de mercado de crédito do Grupo Crédito Agrícola para 5,7%, num movimento que se verifica consistentemente há 6 anos consecutivos”.

Já os recursos de clientes sob a forma de depósitos bancários totalizavam cerca de 15,8 mil milhões de euros, “valor que evidencia um crescimento, em termos homólogos, de 11,2% correspondente a 1.590 milhões de euros, demonstrando a confiança dos clientes no Grupo CA neste período”.

“O Crédito Agrícola, enquanto instituição de crédito que zela por uma gestão de risco prudente, constituiu também uma provisão extraordinária de 17,4 milhões de euros para salvaguardar riscos potenciais relacionados com o reconhecimento de imparidades na carteira de crédito e desvalorização de unidades de participação de fundos imobiliários”, diz ainda o banco.

No que diz respeito à margem financeira, esta diminuiu 6,4 milhões de euros (-3,9%) em relação ao período homólogo.

No âmbito da pandemia, no final dos primeiros seis meses do ano, o Crédito Agrícola tinha aprovado a introdução de moratórias num total de 19.380 contratos de crédito, no valor de 2.128 milhões de euros. Deste valor, avança o banco, 1.926 milhões de euros correspondem a moratórias legais e o remanescente a outras moratórias concedidas ao abrigo de moratórias privadas APB ou Crédito Agrícola. Ainda em relação às moratórias, 80,8% do montante corresponde a crédito a empresas, 16,5% corresponde a crédito habitação e 2,6% a outros créditos a particulares.

“O Crédito Agrícola concedeu 148 milhões de euros ao abrigo das linhas de crédito protocoladas COVID-19, com a garantia do Estado, apoiando desta forma 1.459 empresas nacionais”, lê-se na nota.