Cobardia é termos os lares que temos e aprovarmos a eutanásia

Não era preciso covid-19 para ser preciso ter-se coragem para enfrentar aquela triste realidade do lar de Reguengos de Monsaraz – como fazem quotidianamente os profissionais de saúde da terra. Com covid e sem covid.

Carmen Garcia escreveu (no Público) um texto notável  sobre o lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, em Reguengos de Monsaraz.

Em duas colunas, a autora d’ A Mãe Imperfeita relembra a primeira vez que entrou naquele lar, em 2009, enquanto estagiária de enfermagem colocada no centro de saúde daquela cidade alentejana, a boa recordação que ainda hoje guarda da forma como foi recebida e o cenário de horror com que se confrontou mal entrou numa camarata «cheia de senhoras idosas acamadas, quase todas demenciadas e profundamente emagrecidas».

O testemunho de Carmen Garcia é, mesmo, digno de ser lido.

«Cheirava a morte e a decomposição».

«Num esforço hercúleo para não fugir, franzi o sobrolho em concentração, coloquei um bocadinho de creme perfumado debaixo do nariz, tal como a minha orientadora tinha feito, e uma máscara. E depois passámos horas a fazer pensos».

Não era preciso covid-19 para ser preciso ter-se coragem para enfrentar aquela triste realidade do lar de Reguengos de Monsaraz – como fazem quotidianamente os profissionais de saúde da terra. Com covid e sem covid.

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