Empresas estão a escolher apoios que ajudem a manter postos de trabalho

Ministra reuniu com representantes dos trabalhadores e dos patrões para fazer balanço das medidas adotadas no âmbito da pandemia.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou ontem que, dos 22 mil pedidos de empresas relativamente aos instrumentos criados pós layoff, 82% “estão a optar pelos instrumentos que são ou dois salários mínimos por trabalhador ou o apoio à retoma progressiva que são instrumentos que implicam um compromisso de manutenção dos postos de trabalho durante mais tempo o que também mostra o compromisso das empresas no momento em que vivemos e nesta prioridade de manutenção do emprego, de apoio à resposta ao desemprego e aposta de todos na necessidade de qualificação e de instrumentos de apoio à formação”.

À saída da reunião de concertação social, onde a ministra esteve reunida com representantes dos trabalhadores e dos patrões, Ana Mendes Godinho disse ainda que estes 22 mil pedidos abrangem 240 mil pessoas e que, fazendo um ponto de situação das medidas extraordinárias criadas, foram abrangidas cerca de 1,34 milhões de pessoas, o que representa 25% da população ativa portuguesa.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, explicou que desta reunião saem “um conjunto de linhas estratégicas e orientadoras”. Carlos Silva garantiu que o aumento do salário mínimo nacional continuará a ser defendido pelo sindicato. “Não deixaremos de discutir o salário mínimo nacional e a valorização dos salários como fator, por um lado, de dignidade de quem trabalha, por outro fazendo sentir ao Governo que depois da crise tremenda da Troika continua a ser sobre o fator trabalho e sobre os trabalhadores que pode recair uma nova crise”. No entanto, esse assunto não foi discutido na reunião desta quarta-feira.

Quanto às medidas implementadas pelo Governo, a UGT diz que, de forma global, são “positivas”. 

Presente na reunião esteve ainda o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) que apelou à implementação de medidas para combater o desemprego jovem, como a requalificação dos recursos humanos e a contratação de colaboradores com competências diferentes.

Contratar “público jovem, formado e licenciado” é importante, defende António Saraiva, acrescentando que “este é o momento de salvarmos o mais possível os postos de trabalho”. 

Já a CGTP considera que “as medidas não resolveram o problema. Foram insuficientes, por um lado, e desequilibradas, por outro”. “Tiveram como consequência a diminuição de salários e o aumento do desemprego”, disse Isabel Camarinha.