UGT envia carta ao PM. Defende diretiva para salário mínimo na Europa

“Os baixos salários e a perda de poder de compra geraram um impacto negativo na produtividade e no investimento prejudicando o desempenho geral da economia”, diz Carlos Silva.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, enviou uma carta ao primeiro-ministro, António Costa, onde defende a criação de uma diretiva-quadro no âmbito da negociação coletiva e salário mínimo na Europa.

“Escrevo-lhe para sublinhar a importância da União Europeia respeitar os seus compromissos e produzir uma Diretiva Quadro que, para além de garantir um salário mínimo na Europa, garanta que todos os Estados Membros promovem e protegem a negociação coletiva como forma de assegurar salários justos e condições de trabalho dignas”, começa por dizer o secretário-geral da UGT.

Segundo o responsável, o sindicado partilha a posição da Confederação Europeia de Sincatos (ETUC-CES) sobre a melhoria das condições de trabalho.

Carlos Silva lembra o primeiro-ministro que “o que a crise de 2010 provou foi a importância dos salários como fator de estímulo para e economia”.

“Os baixos salários e a perda de poder de compra geraram um impacto negativo na produtividade e no investimento prejudicando o desempenho geral da economia. É pertinente relembrar que o salário mínimo, além da sua função social, pode ajudar a combater as divergências económicas na Europa, e promover a coesão social funcionando como uma espiral positiva, tão necessária, num tempo de incertezas em que os cidadãos exigem respostas concretas para um futuro melhor”, diz ainda.

Aliás, o secretário-geral da UGT tem-se debatido várias vezes sobre o aumento do salário mínimo em Portugal. A última vez foi na reunião de concertação social em que a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, reuniu com representantes dos trabalhadores e dos patrões. Apesar de esse assunto não ter sido debatido na reunião, no final, Carlos Silva lembrou a sua importância, prometendo não deixar de discutir o assunto.

“Não deixaremos de discutir o salário mínimo nacional e valorização dos salários como factor, por um lado, de dignidade de quem trabalha, por outro lado, fazendo sentir ao Governo que depois da crise tremenda da Troika, continua a ser sobre o factor trabalho e sobre os trabalhadores que pode recair uma nova crise”, explicou.

No entanto, este não será um assunto para discutir nas próximas reuniões de concertação social como disse Carlos Silva e confirmou Ana Mendes Godinho.