Alunos com 38 ou mais graus de febre serão isolados nas escolas

Medidas da Direção-Geral da Saúde para o regresso às aulas sublinham que escolas só fecham “no limite”.

Os alunos, professores ou funcionários que registem uma temperatura corporal igual ou superior a 38 graus serão considerados casos suspeitos de covid-19 e terão de ser colocados em isolamento. Esta é um das indicações do referencial da Direção-Geral da Saúde (DGS) para as escolas, conhecido na última sexta-feira. Essas pessoas terão de ser colocadas de imediato numa sala definida para o efeito, bem como aquelas  que desenvolvam quadro respiratório agudo com tosse ou dificuldade respiratória. No caso dos alunos, os pais devem ser chamados de imediato e o contacto para o SNS24 deve ser feito ainda na escola. Caso os pais não o façam, os diretores devem informar as autoridades.

Esta é uma das muitas orientações emanadas pela DGS, que defende que as escolas só devem ser encerradas “no limite” e que só “será considerado um surto em contexto escolar qualquer agregado de dois ou mais casos com infeção ativa e com ligação epidemiológica”. No caso  da existência de um surto, as primeiras opções passam sempre, diz a DGS, por encerrar apenas uma ou várias turmas ou uma ou mais zonas do estabelecimento. “O encerramento de todo o estabelecimento de educação ou ensino só deve ser ponderado em situações de elevado risco no estabelecimento ou na comunidade. Esta medida apenas pode ser determinada pela autoridade de saúde local, envolvendo na tomada de decisão as autoridades de saúde regional e nacional”, refere o documento, que pode ainda receber contributos e sofrer alterações antes da abertura do ano.

Se as autoridades de saúde optarem pelo encerramento de forma temporária, a reabertura fica apenas a depender de nova decisão. Além disso, a DGS recomenda ainda que o rastreio de quem esteve em contacto com doentes seja feito preferencialmente nas 12 horas seguintes à identificação do caso. Devem ser rastreados “os contactos na escola (alunos, pessoal docente, pessoal não docente), os coabitantes e contactos de outros contextos que possam ser relevantes”, avançou a DGS.

Os diretores de escolas públicas consideram que estas novas medidas clarificam o regresso às aulas presenciais, mas pedem soluções para os professores que estão numa situação de risco – com doenças como diabetes e hipertensão arterial -, tal como o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima já havia referido ao i. Já a Confederação Nacional das Associações de Pais considerou positivas as orientações e o fecho só em casos excecionais.