Belém. Marisa Matias, a candidata contra o medo

Eurodeputada volta a concorrer a Belém e apresentou candidatura no Largo do Carmo, em Lisboa, de cravo na mão.

“O medo divide, a republica une” ou “sou a candidata para fazer a campanha contra o medo”. Foi assim que Marisa Matias, eurodeputada do Bloco de Esquerda, se apresentou, pela segunda vez, na corrida presidencial. No Largo do Carmo, espaço emblemático da queda do regime salazarista, Marisa Matias apareceu esta quarta-feira sozinha ( sem dirigentes do BE) no palco com um cravo na mão. Leu um discurso, nomeou dezoito pessoas, todas ligadas a serviços essenciais, que não pararam durante o pior momento da pandemia da covid-19, e, no final agradeceu-lhes quase uma a uma.
A mensagem foi clara: uma campanha e uma candidatura para dar “voz à gente sem medo”.
 “É a segunda vez que me candidato a Presidente da República e farei toda a campanha assim, a ouvir, a dar voz à gente sem medo, a apoiar a coragem de quem cuida dos outros. Portugal precisa de saber quem são e de ouvir quem faz a vitória sobre o medo”, declarou a candidata que obteve mais de 10 por cento dos votos nas últimas presidenciais, o melhor resultado de sempre de um candidato apoiado pelo BE na corrida a Belém.
Pelo caminho, Marisa Matias disse que era “republicana, laica e socialista”, numa referência com um histórico entre socialistas, e sempre com a palavra medo na linha de combate.
“O medo é que nos destrói, é o que torna um país pequeno e submisso, que provoca divisões, racismo, ódios e divisões. O medo divide, a República une”, prosseguiu Marisa Matias, num registo que pode ser entendido para a candidatura do líder do Chega, André Ventura. Mas Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, foi o alvo. Marisa Matias quis marcar as diferenças, lembrando que não terá o voto dos “mandatários das grandes fortunas”. Mais, o atual presidente, (que ainda não disse se será recandidato) acaba por defender o regime político “assente no mais do mesmo”. A candidata quis marcar as diferenças, lembrando que a sua entrada na corrida presidencial representa “um serviço nacional de saúde de qualidade para todos” ou a defesa de uma banca pública de “confiança”. Marcelo foi mesmo o único potencial rival nomeado.