O que esconde a Cidadania

Devo dizer que a introdução nos currículos escolares de uma cadeira chamada ‘Cidadania’ despertou-me instintivamente desconfiança.

Escrevi há umas semanas que o PSD tinha obrigação de erguer a sua voz contra o politicamente correto, não oferecendo essa luta à extrema-direita. 

E o mesmo é válido para todas as pessoas e instituições moderadas.

Também a Igreja Católica não tem desempenhado nesta questão o papel que lhe competia. 

Pois bem: agora 100 pessoas da área social-democrata, incluindo gente ligada ao PSD mas independente como Cavaco Silva, Passos Coelho, Manuela Ferreira Leite ou Rui Machete, gente mais à direita como Bagão Félix ou mais à esquerda como Sérgio Sousa Pinto, gente da Igreja como o cardeal-patriarca, D. Manuel Clemente, gente da universidade como Braga da Cruz ou Mário Pinto – os dois responsáveis diretos pelo ‘manifesto’ – vêm dizer ‘Basta!’. 

O caso começou com dois irmãos que chumbaram no ensino secundário porque o pai recusou que frequentassem as aulas de Cidadania.

Passaram de ano, porque a escola assim o entendeu, mas o Ministério da Educação chumbou-os posteriormente – obrigando-os a recuar dois anos. 

Um Ministério que está contra os chumbos (a que chama ‘retenções’), que diz que os chumbos têm um resultado oposto ao que se pretende, impôs chumbos a alunos de quadro de honra porque não foram às aulas de Cidadania. 
Devo dizer que a introdução nos currículos escolares de uma cadeira chamada ‘Cidadania’ despertou-me instintivamente desconfiança. 

Em princípio, o objetivo era bom: ensinar às crianças normas de bom comportamento em sociedade, formar ‘bons cidadãos’. 

Mas percebi que era uma porta aberta a todas as traficâncias ideológicas.

Atrás de uma palavra bonita, podiam esconder-se objetivos menos transparentes.

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