Exorto-os a dizer ao que vêm!

É preciso combater estas manifestações de vontade de regressão humana, que infetam a sociedade como um vírus – e que este Governo do PS tem levado para o interior da escola…

Mitterrand explicou ao que vinha, garantiu que se ganhasse as eleições teria sete  ministros comunistas.  Mitterrand era Mitterrand e acabou com o Partido Comunista. António Costa é AC e, se conseguisse ‘acabar’ com algum partido, seria… com o PS de Mário Soares (mesmo querendo o contrário, como teimo em supor).
AC não tem um PS como o de Mitterrand, e o que está a fazer é legitimar e dar força à extrema-esquerda – não a democratizá-la. Não a levou  a definir-se no quadro das  instituições democráticas; pelo contrário, é o PS que cede às causas dela, sacrificando-lhes  o que devia ser o seu programa democrático social-liberal.

O combate a travar é contra os extremos – e deve situar-se logo num dos campos onde mais se manifestam a intolerância e o sectarismo: o das ideias. 
O combate a travar é contra os que – em nome do proletariado, da revolução, do Estado, ou, agora, do delírio suicidário de uma ‘igualdade de género’, que abençoadamente  não há – recusam o debate.
Contra os que querem reprimir a diferença, o pluralismo e quem pensa de maneira diferente. 
É preciso combater estas manifestações de vontade de regressão humana, que infetam a sociedade como um vírus – e que este Governo do PS tem levado para o interior da escola…

Por isso, temo e enfrento a extrema-esquerda. Quais são os seus princípios ideológicos, o seu programa?  Digam!
Abandonaram  a ditadura do proletariado?  Qual é a sua conceção do sistema de partidos: multipartidarismo, partido único dos ‘trabalhadores’?  Como se posicionam em relação ao marxismo-leninismo, que nunca renegaram?  Aos crimes do estalinismo, do trotskismo, à fidelidade ao ideário de Trotsky, que apregoaram antes, ao ódio ao que chamaram sempre ‘democracia burguesa’, tentando bloqueá-la?  
Trotsky esmagou com sangue a revolta de Kronstadt em 1921. O que foi essa revolta? Os marinheiros da cidade portuária de Kronstadt amotinaram-se contra o Governo soviético, e logo foram apontados como ‘contrarrevolucionários’. Em 5 de março, Trotsky exigiu-lhes  que terminassem o protesto, caso contrário «seriam caçados como coelhos». E foram. Dois dias depois Trotsky ordenava  a invasão de Kronstadt pelo Exército Vermelho.
Ora, quais eram as reivindicações que Trotsky afogou  em sangue? Cito algumas, como exemplo: 
– Garantir liberdade de expressão e de imprensa para os trabalhadores e camponeses, para os anarquistas e para os partidos socialistas de esquerda;
– Libertar os prisioneiros políticos dos partidos socialistas, bem como todos os trabalhadores, camponeses, soldados e marinheiros presos durante as revoltas operárias e camponesas;
– Eleger uma Comissão para rever os casos dos  detidos em prisões e campos de concentração;
– Dar aos camponeses liberdade de ação em relação às suas terras, e o direito de criarem gado, sob a condição de não recorrerem a trabalho assalariado.

O que pensam destas reivindicações o BE, o PCP e os ‘idiotas úteis’ que parecem dominar o atual PS? E da repressão praticada na URSS? E das figuras que a ordenaram? Exorto Catarina Martins e Jerónimo de Sousa  a dizê-lo  aos portugueses. E, já agora, seria bom saber o que pensa disto Pedro Nuno Santos, que se diz ser  o provável sucessor de António Costa.