Apesar de aumento diário de casos de covid-19, Portugal e Espanha não vão voltar a fechar fronteiras

“Não é fechando-nos que resolveremos este problema comum que temos, a pandemia.. Pelo contrário”, afirma Augusto Santos Silva. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e a homóloga espanhola Arancha González Laia, estiveram reunidos em Lisboa, esta sexta-feira e foram questionados sobre um possível encerramento das fronteiras numa altura em que Espanha está a registar mais de 10 mil casos diários do novo coronavírus e Portugal mais de 700 nos últimos dois dias, algo que ambos negaram.

"Não é fechando-nos que resolveremos este problema comum que temos, a pandemia.. Pelo contrário, é cooperando entre nós e fazendo o que temos de fazer ao nível dos poderes públicos, manter e incrementar a capacidade de resposta dos nossos sistemas de saúde e sensibilizar os nossos concidadãos, porque esta luta contra a pandemia ganha-se com a contribuição e o esforço de cada um", disse Augusto Santos Silva, na conferência de imprensa desta sexta-feira. 

Também Arancha González Laia mostrou ser a favor desta perspetiva e diz que o que está a acontecer, tanto em Espanha como em Portugal, é um cenário que acompanha a realidade europeia.  "Os surtos que estão a ocorrer em Espanha e Portugal são os mesmos surtos a que assistimos em França, Itália, Áustria, Países Baixos, Reino Unido e, portanto, não são a exceção, são a regra", afirmou.

"Temos de ser capazes de tratar e de controlar e procurar esse tratamento cirúrgico do vírus enquanto também mantemos um espaço de liberdade nas nossas economias, nas nossas sociedades, para que os nossos países possam continuar a funcionar e com grandes doses de responsabilidade social", assinalou a ministra.  "Com medidas mais pontuais e decididas, podem manter-se as fronteiras abertas, a liberdade de circulação da maioria dos nossos cidadãos e enquanto se protege a sua saúde. Vamos continuar a gerir esta nova fase da pandemia que, insisto, onde os nossos dois países não são a exceção mas a norma", acrescentou Arancha. 

A ministra sublinha que é importante perceber que se vive "uma nova realidade" e diz que é importante todosperceberem  que somos todos europeus e integrantes da União Europeia. "Não se trata de estabelecer diferenças ou divisões entre países", apelou ainda.