CT apresenta manifesto por “uma TAP pública” e contra “grandes interesses”

Trabalhadores da companhia aérea alertam para “os perigos que podem aí vir” no âmbito do plano de reestruturação. 

A Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP apresenta esta quinta-feira um manifesto intitulado “Por uma TAP pública ao serviço do país”. Numa nota enviada à comunicação social, a CT explica que o documento é assinado por “vários trabalhadores da TAP e de várias empresas do setor aéreo, membros de organizações representativas de trabalhadores e diversas personalidades que reconhecem a importância que a TAP tem para o país”.

Numa fase em que o plano de reestruturação da companhia aérea está a ser ultimado – tem vindo a ser desenvolvido pela consultora norte-americana Boston Consulting Group -, a CT defende que “é preciso que o poder político não ceda perante os grandes interesses e que assuma o desenvolvimento da empresa”. 

No comunicado, a CT recorda que a companhia aérea “está a viver mais um importante momento de decisão do seu futuro”, alertando para o facto de este plano de reestruturação “imposto pela União Europeia” poder vir a resultar numa “nova redução de trabalhadores”.

“Pelos perigos que podem aí vir para esta empresa estratégica, para os postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores, coloca-se a pertinência da dinamização de um manifesto de defesa da TAP, pela importância que tem para o país e pela necessidade de defender quem lá trabalha”, lê-se na nota assinada por Cristina Carrilho.

A CT considera que “é necessário impedir que a TAP siga o caminho de se tornar numa pequena sucursal de uma grande multinacional, assim como é preciso integrar todo o grupo TAP numa estratégia mais ampla de desenvolvimento do país”.

O ministro Pedro Nuno Santos alargou esta quarta-feira o prazo para a entrega do plano de reestruturação a Bruxelas (prevista para outubro), dizendo que o mesmo terá apenas de ser apresentado “até ao final do ano, e assim será”. O governante reafirmou que tem a convicção que a TAP “é crítica para o desenvolvimento do país”, embora admita que o setor da aviação tem “um desafio muito grande”, pois “as previsões de recuperação do setor global têm sido revistas sistematicamente em baixa”.