Primeiro debate presidencial dos EUA marcado por acusações e insultos

Depois de sistemáticas interrupções parte do Presidente, Biden apelidou-o de palhaço. “É difícil falar com este palhaço”, disse o candidato Democrata, que chegou a pedir a Trump “o favor de se calar”. Já pelo seu lado, Trump falou sobre os problemas de drogas do filho do candidato democrata e Biden não perdeu a oportunidade para o chamar…

Primeiro debate presidencial dos EUA marcado por acusações e insultos

A madrugada desta quarta-feira foi marcada pelo primeiro debate entre os candidatos presidenciais, onde ocorreram vários insultos e ataques pessoais, na Universidade Case Western Reserve, em Cleveland, Ohio. Depois de sistemáticas interrupções parte do Presidente, Biden apelidou-o de palhaço. "É difícil falar com este palhaço", disse o candidato Democrata, que chegou a pedir a Trump "o favor de se calar". Já pelo seu lado, Trump falou sobre os problemas de drogas do filho do candidato democrata e Biden não perdeu a oportunidade para o chamar de "cãozinho de Putin".

A gestão do aparecimento da pandemia provocada pelo novo coronavírus no país, o pagamento de impostos por parte de Donald Trump que, segundo uma investigação do New York Times, foi nulo em 10 dos últimos 15 anos e a mais recente nomeação para o Tribunal Sumpremo foram alguns dos tópicos abordados. 

O Presidente dos EUA foi questionado sobre o que pensa sobre o seu trabalho no combate à covid-19 no país que regista mais casos e óbitos associados à doença e considera que o seu trabalho foi "fenomenal". "Se o tivéssemos ouvido – disse, dirigindo-se a Biden – o país tinha ficado aberto, milhões de pessoas teriam morrido. Nós fechámos o país, vocês achavam que não devíamos fechar o país. O Fauci – imunologista da Casa Branca – disse que o Presidente Trump salvou milhares vidas", afirmou o atual Presidente.

Biden acusou Trump de não apresentar nenhum plano de gestão para impedir a propagação da covid-19 e acusa-o de não divulgar informações importantes sobre a doença, lembrando a revelação feita num livro do jornalista Bob Woodward. "Ele sabia que esta era uma doença mortal, está registado, ele disse que não queria causar o pânico. Ele ainda não tem um plano", sublinhou Biden. 

Sobre a utilização da máscara, uma medida aconselhada pela Organização Mundial da Saúde, Trump afirmou que a usa sempre que acha necessária, no entanto, aproveitou a oportunidade para gozar com Biden. "Eu uso máscara quando é necessário, não uso como ele usa. Ele – Biden – pode estar a 60 metros de mim e continua a usar máscara", afirmou. O candidato democrata sublinhou que, na sua visão, "as máscaras fazem uma grande diferença".

Outra das questões abordada foi o pagamento de impostos pagos por parte de Trump nos últimos anos. O Presidente dos EUA negou as conclusões da investigação do NYT e diz que pagou “milhões de dólares” em impostos. Por outro lado, admitiu que "como empresário privado" tentou pagar "o menos possível" utilizando as leis existentes. 

Biden acusou Trump de ser "o pior presidente que a América ja teve" e sublinhou que outras profissões contribuíram mais para o país no pagamento de impostos do que o próprio chefe de Estado.

As manifestações contra a violência policial tem sido algo que inegavelmente marcaram os últimos tempos nos EUA. Para o candidato democrata, a gestão de Trump criou uma "divisão racial" e "foi um desastre para a comunidade afro-americana". Biden afirma que "a maioria dos policias são bons", mas que "há maçãs podres e essas maças têm de ser retiradas".  

O atual presidente dos EUA mencionou, em sua defesa, uma expressão usada por Hillary Clinton, em que a ex-candidata Democrata chamou os jovens negros de super predadores. Trump disse ainda que Biden tem medo de "perder a esquerda radical" e por isso não quer "lei e ordem" nos subúrbios. 

A nomeação de Amy Conet Barrett para substituir Ruth Bader Ginsburg tem sido muito criticada pelos Democratas. Biden diz que Trump deveria ter esperado pelo resultado das eleições para que os cidadãos americanos tivessem uma "palavra a dizer" mas Trump sublinha que foi nomeado para "quatro anos" e não três. "Temos uma nomeada excelente, boa em tudo, tem vários apoios liberais (…) Vencemos as eleições e temos o direito de a escolher", afirma o presidente dos EUA.