Portugal cai para 37.º no ranking da competitividade digital

Os Estados Unidos da América ocupam a primeira posição, a que se seguem Singapura, a Dinamarca, a Suécia e a Região Administrativa Especial de Hong Kong a fechar o top 5.

Portugal desce três posições na quarta edição do Ranking Mundial de Competitividade Digital do IMD e situa-se no 37º lugar. Pelo segundo ano consecutivo, o país perde competitividade digital, fundamentalmente devido à descida em dois dos três fatores analisados — conhecimento digital e preparação para um futuro digital — e em diversos subfactores como a agilidade empresarial e integração das tecnologias da informação. Em paralelo, mantém-se estável no fator de tecnologia digital, e nos três subfactores que o compõem — enquadramento legislativo, tecnológico e capital disponível — onde se verificam ligeiras melhorias relativamente a 2019.

Nesta edição, Portugal perde competitividade digital em grande medida devido à perceção sobre a falta de agilidade das empresas (53), o uso de Big Data & Analytics (55), a penetração da banda larga móvel (59) e a formação dos trabalhadores (58).

Os Estados Unidos da América ocupam a primeira posição, a que se seguem Singapura, a Dinamarca, a Suécia e a Região Administrativa Especial de Hong Kong a fechar o Top 5. Em todas as economias que se situam nos primeiros lugares observam-se características comuns tais como o uso eficiente do talento digital, a disposição de infraestrutura tecnológica, a utilização da tecnologia disponível, bem como a existência de enquadramentos reguladores efetivos e alta velocidade na adoção das novas tecnologias.

No caso dos Estados Unidos da América, a educação, a investigação e o desenvolvimento são os principais motores do crescimento digital, com a robótica cada vez mais presente no processo educativo.

Singapura ocupa a primeira posição nos subindicadores de enquadramento regulador e de talento e, por sua vez, a Suécia e a Dinamarca destacam-se pelas respetivas excelentes classificações na criação de conhecimento (desenvolvimento de economias produtivas e eficientes para os cidadãos).

De forma geral, os resultados deste ano espelham que os maiores progressos em capacitação digital se registam na Ásia Oriental, na Europa Ocidental e na América do Norte, enquanto a América Latina, a Ásia Central e a Europa de Leste têm ainda um longo caminho que percorrer.

No que concerne à Europa Ocidental, a Suécia (4), a Suíça (6), os Países Baixos (7) e os países nórdicos formam parte do Top 10, seguidos por potências como o Reino Unido (13), a Áustria (17), que escalam várias posições, e a Alemanha que, por sua vez, cai um lugar e passa a ocupar o 18º. A França (24) e a Bélgica (25) mantêm-se iguais a 2019.

Na parte inferior do ranking, e abaixo de Portugal, encontram-se a Itália (42), o Chipre (40) e a Grécia (46), estes últimos com uma notável melhoria a respeito da edição anterior, ascendendo 14 e 7 postos, respetivamente.

Estes dados, segundo os autores do estudo, servirão para vislumbrar como as economias se irão recuperar na etapa pós-COVID, divididas em dois grandes grupos: «aquelas cuja recuperação vai ser mais rápida e aquelas que o farão mais lentamente, atendendo a fatores como a saúde das finanças públicas mas também, crucialmente, à sua competitividade digital», afirma Arturo Bris, Diretor do Centro de Competitividade Mundial do IMD.

As tecnologias digitais continuam a ser determinantes para fortalecer a competitividade de uma economia, mais concretamente, a criação de conhecimento e o desenvolvimento de talento, uma regulamentação eficaz, infraestruturas e a adaptabilidade de empresas e indivíduos.