TAP. Prejuízos de 582 milhões

Resultados do primeiro semestre confirmam impacto da pandemia: agravamento de 112 milhões face ao ano passado. 

A TAP apresentou, esta semana, as contas referentes ao primeiro semestre de 2020: sem surpresa, à ‘boleia’ da pandemia, os prejuízos atingiram os 582 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que representa uma queda significativa quando comparado com as perdas de 112 milhões registadas entre janeiro e junho do ano anterior.
Segundo os dados enviados na segunda-feira, 28 de setembro, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a TAP até prometia crescer cumpridos os primeiros dois meses do ano – em janeiro e fevereiro de 2020, os passageiros aumentaram 13% e as receitas operacionais 19,4%. A pandemia de covid-19 veio, porém, alterar por completo a tendência de crescimento.

«A quebra de atividade verificada a partir de março de 2020, em resultado da pandemia de covid-19, mais do que eliminou a boa performance observada nos primeiros dois meses do ano, impactando muito negativamente a performance da TAP no primeiro semestre de 2020», lê-se no comunicado enviado à CMVM.
Com a interrupção dos voos, praticamente à escala global, a TAP teve um decréscimo de movimentos a partir de março (-34%). Nos meses seguintes de abril (-99%), maio (-98%) e junho (-97%) a operação da companhia aérea praticamente não existiu. 

Devido à interrupção dos voos, na sequência da pandemia, a TAP transportou menos 4,9 milhões de passageiros até junho deste ano, face ao primeiro semestre de 2019 (o que representa uma quebra de 62%). Feitas as contas, a companhia aérea viu as receitas provenientes das passagens aéreas caírem a pique: menos 730 milhões de euros do que no período homólogo (-57,2%).

No relatório, os responsáveis da TAP admitem que a crise poderá estar para durar. «Os efeitos da pandemia deverão continuar a ser significativos nos próximos trimestres, o que pode ser agravado em caso de novos surtos significativos do vírus e da imposição de novas restrições à mobilidade ou simplesmente pela incapacidade de as economias recuperarem significativa e rapidamente das condições económicas adversas causadas pela pandemia até ao momento, nomeadamente em termos de emprego, rendimento disponível e níveis de confiança do consumidor», lê-se na nota enviada à entidade reguladora.

Perante a «elevada incerteza que ainda subsiste quanto à duração da pandemia» – e ao contrário do que é habitual – a empresa abstém-se, neste momento, de fazer quaisquer previsões quanto aos resultados globais para 2020.