PJ não tentou abrir ficheiros encriptados no disco rígido de Rui Pinto

Especialista da PJ foi ouvido ontem na nona sessão do julgamento de Rui Pinto, acusado de 90 crimes.

Um mês depois do início do julgamento de Rui Pinto – acusado pelo Ministério Público de 90 crimes –, o especialista da Polícia Judiciária (PJ) José de São Bento marcou ontem presença no Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, em Lisboa, para a nona sessão. Que, ironicamente, começou com uma falha no sistema informático – levando ao atraso do início da sessão de cerca de 15 minutos. Mas rapidamente o especialista fez o seu depoimento, confessando que a PJ não tentou abrir alguns ficheiros encriptados que o pirata informático tinha no seu disco rígido desbloqueado – identificado como RP3 e no qual estão instalados vários programas através dos quais Rui Pinto teve acesso aos sistemas informáticos de várias instituições, como a sociedade de advogados PLMJ ou a Federação Portuguesa de Futebol. E é nesse disco rígido que continuam a existir documentos encriptados que a PJ desconhece.

“Com o volume de trabalho que tínhamos, nem os tentámos abrir. Continuamos sem saber o que tinham. Eram alguns ficheiros espalhados, não eram muitos e não os tivemos em conta”, sublinhou o especialista em tribunal, adiantando ainda que o conteúdo do disco se trata de uma cópia feita em 2016 e que, apesar da indicação no disco ser de que a cópia foi criada em Sarajevo, na Bósnia, esta localização pode ser pré-definida e o computador poderá estar noutro local qualquer. “Não é possível aferir o local”, admitiu José de São Bento.

A PJ, recorde-se, fez a apreensão de 12 discos rígidos do criador do Football Leaks, nove dos quais encriptados.