Ventura recusa obrigatoriedade de máscaras e fala em falta de provas científicas

Líder do Chega diz que não confia no Governo e que por isso não pode confira numa aplicação que esse mesmo Governeopede para instalar.

Ventura recusa obrigatoriedade de máscaras e fala em falta de provas científicas

O deputado único do Chega manifestou-se, esta quinta-feira, contra o uso obrigatório de máscara na rua e disse que não confiava na aplicação StayAway Covid, que o Governo também quer impor.

André Ventura fez assim saber, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, que votará contra a proposta de lei do Governo.

Sobre a obrigatoriedade do uso de máscara na via pública, Ventura considera que só vai "piorar a situação". "Não há evidência científica de que o uso de máscara em espaço aberto controle as cadeias de transmissão", sublinhou.

Para o deputado, "a população começa a ficar saturada deste tipo de medidas", o que gera "desconforto e uma desconfiança cada vez maior em relação ao Executivo".

"Admito até que a maioria da população entenda que é uma medida útil e eficaz, eu não acho, acho que não é, acho que vai criar saturação, acho que vai criar problemas e acho que vai criar ainda mais tensão (…) Não é eficaz e não vai combater a pandemia", acrescentou.

Admitiu, no entanto, que o partido pode ser o único na AR a ter esta visão, mas sublinhou que essa é a sua posição, bem como a da maior parte dos órgãos do partido.

Quanto à aplicação Stayaway Covid, Ventura disse: "Nós não confiamos neste Governo” e "quando não se confia num Governo, não se pode pedir que confiemos numa aplicação que o Governo pede para instalar".

No entanto, recusou entrar na discussão acerca da constitucionalidade ou não da medida, alegando que "já houve pareceres de todo o tipo de constitucionalistas variados que deram a sua opinião".

Para Ventura, que continua “a incentivar o cumprimento das regras de distância e o cumprimento das regras sanitárias", é preciso “dar mais informação” aos portugueses e há que garantir que as unidades de saúde mantêm capacidade "de fazer os tratamentos e o acompanhamento das situações não covid".